Água que passarinho não bebe, branquinha. A cachaça nasceu em 1516 e acumulou, de lá para cá, mais de 3.000 apelidos carinhosos. A intimidade não veio à toa. A "marvada" é testemunha da história: do ciclo da cana ao do café, do início e do fim do Império, da República.
"E a gente vai tomando, que também sem a cachaça ninguém segura esse rojão", canta Chico Buarque em "Meu Caro Amigo", da década de 1970. No período, o país agonizava com a ditadura e o AI-5.
Tão longa quanto a história é a diversidade. A caninha muda de cor, aroma e gradução alcoólica no mapa brasileiro. Vai da branquinha mais forte, tradicional no Nordeste, aos exemplares com denominação de Minas. Em São Paulo está a maior produção do país.
É onde fica a 51, com 150 milhões de litros ano passado. Uma parada em 1978 ajuda a entender a fama que fez da empresa a marca mais citada em pesquisa Datafolha por paulistanos das classes A e B que gostam de cozinhar. Foi quando surgiu o slogan "51, uma boa ideia", sinônimo da marca.
Assim como a evolução da história e das alcunhas (como ximbira), a 51 levou a sério a tarefa de atualizar a bebida. Fez parcerias com barmen e linhas limitadas ou especiais como a reserva (Rara, Única e Singular) envelhecida em diferentes madeiras.
Já a Reserva 51 Carvalho Americano, envelhecida em barris de primeiro e único uso, está esgotada -suas garrafas foram vendidas em apenas 20 horas. Prova de que o brasileiro gosta da bebida tanto quanto gosta de elaborar apelidos como dengosa, engasga-gato...