25/06/2016 14h00

Comprido, retangular e, digamos, gostoso: esse era o trem-dormitório de luxo criado por George Pullman em meados de 1860, que veio para revolucionar o conforto da categoria.

Ele serviu de inspiração para o pão de forma fabricado desde 1953 por seu Manoel Correa de Souza Filho. Nascido em São Paulo, Manoel vem de uma família de portugueses que aportou no Brasil em 1919. Ele já comandava a padaria Lisboa, na rua Pamplona, há quase dez anos quando se apaixonou por uma engenhoca curiosa: uma ferramenta que conseguia cortar o pão em fatias iguais.

Conheceu a máquina de Otto Rohwedder em uma exposição nos EUA, onde foi pesquisar o mercado de panificação. O novo e tecnológico utensílio fez o descendente de portugueses abandonar sua padaria para investir na produção de pães em escala industrial.

A empreitada começou no número 1.626 da rua Augusta, quase esquina com a Paulista, como a Pullman, a Pão Americano Ind. e Com. S/A.

De pacote em pacote, o negócio tomou grandes proporções com a versatilidade do pão, cujas fatias aceitam da manteiga que derrete rapidamente na torrada aos recheios variados do tostex.

Afinal, quem nunca ouviu: "Quero um misto quente no pão Pullman"? Prova disso é a pesquisa realizada pelo Datafolha, em que 45% dos entrevistados elegeram a Pullman como a melhor marca de pão.

A família Correa mantém sua empresa de pães, mas é a mexicana Bimbo que toca a Pullman desde 2001. Aos 63 anos, engana-se quem pensa em defasagem. Há uma linha de produtos atuais com bisnaga integral e brioches. E "ain-da há espaço para crescer", garante Alejandron Lacorte, diretor de marketing da empresa.

*

Produção: Aline Prado (S.H.E.E. Image Makers)

Locação: Madame Aubergine cozinha & cultura. www.madameaubergine.com.br. Rua Carla, 25 - Itaim Bibi, tel.3168-7389

Agradecimentos: Marisa Furtado, Pão de Açucar, Tramontina e Camicado.