No Sainte Marie, melhor árabe de SP, clássicos e novidades convivem sem medo
MELHOR ÁRABE - JÚRI
Um restaurante no Jardim Taboão, para lá dos confins do Morumbi, que só atende até às 20h durante a semana e fica completamente lotado no sábado? Muita gente desiste.
Até os mais determinados, que resolvem encarar a jornada, podem desanimar ao chegar no Sainte Marie. O lugar tem jeitão de bar, com azulejos brancos na parede, piso de lajota, balcão e luz fria.
Mas fiquem tranquilos: os perseverantes serão regiamente recompensados. Quando chegar à mesa o quibe montado, criação do chef libanês-armênio Stephan Kawijian, 47, você vai entender que tudo valeu a pena.
Há grandes chances de o próprio Stephan, com seu indefectível sorriso e vasto bigode, levar até você o quibe montado: uma torre formada de camadas de quibe cru, frito, tabule sem trigo, coalhada e cebolas caramelizadas no topo (R$ 72 o grande).
Stephan fugiu da guerra civil no Líbano nos anos 1970 e mudou-se para a Líbia, onde cresceu. Em 1987, veio para o Brasil. Só começou a cozinhar a sério em 1998. Trabalhou em um restaurante espanhol, fez cursos, mas sua grande escola foi ver mãe e avó na cozinha.
Hoje, ele toca o restaurante com a mulher, a brasileira descendente de egípcios Sabrina.
Apesar de seguir a cozinha dos antepassados, Stephan não tem medo de inovar. Ao lado dos clássicos cafta (de cordeiro, R$ 33), salada fatuche (R$ 27) e linguiça de cordeiro que ele faz na fazenda de seu fornecedor (R$ 39, três unidades), há invenções como esfihas de queijo de cabra (R$ 11,12), de bottarga (ovas de tainha, R$ 18,18) e de polvo (R$ 18,18).
Os preços são honestos e dá para comprar muita coisa para levar para casa.
*
Sainte Marie
R. Dom João Batista da Costa, 70, Jardim Taboão, tel. 3501-7552