Eleita pelo júri, Padaria da Esquina tem farto portfólio de pães especiais
MELHOR PADARIA - JÚRI
Se o nome do pão de Deus por acaso aludisse ao capeta, ainda assim a receita faria jus a ele. A cobertura de coco e açúcar vale o ingresso, e com manteiga na chapa beira a insolência. Há quem defenda geleia (também). Não adianta tentar levar só um, alguém vai provar e vai faltar.
Uma dezena de visitas ainda não foi suficiente para desembaraçar decisões no balcão da Padaria da Esquina, considerada a melhor do segmento em São Paulo.
Alentejano, pão d'água, mouro, mealhada, forma, bica, mafra, frapinha, caco, saloio, com azeite, sem, carcaça. Para quem come ali mesmo, menus especiais e suas variedades de pães do dia atenuam dúvidas, porém distraídos sempre acabam enxergando nomes novos.
Se o cardápio de mesa é pouco didático, um quadro enorme pendurado próximo ao balcão de pães tenta dar conta de variedades, sabores, texturas e analogias.
A exemplo do pão d'água ("O nosso pão francês! Macio por dentro, crocante por fora") e do de azeite ("Massa do pão d'água aromatizada com azeite e alecrim! Top!"). Talvez indecente descreva melhor. Ambos. Já o de forma é macio e saboroso e a casca do tipo saloio (ou pão da roça) cerca uma massa interior de espessura curiosa.
Na seção de doces e outras perdições, onde figura o indeciso pão de Deus, destacam-se os ovos moles (água, açúcar e gema, pilares da doçaria conventual portuguesa) e a rabanada. Sem falar do pudim abade de Priscos, invenção de um monge cozinheiro de reis que leva vinho do Porto e banha de porco (!). Isso é indecente.
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Padaria da Esquina
Al. Campinas, 1.630, Jardim Paulista, tel. 2387-0149