Com discrição e menu que vai além de sashimis, Aizomê é o melhor japonês da capital paulista
MELHOR JAPONÊS - JÚRI
O paulistano que frequenta a comida declaradamente japonesa tem motivos para júbilo diante da variedade da oferta. Vai longe o tempo do monopólio de sushis e sashimis. Ensopados, saladas, assados, risotos, frituras, snacks, doces e sorvetes povoam os cardápios e mobilizam um arco-íris de ingredientes.
Na ponta mais seleta desse movimento, os restaurantes se diferenciam cada vez menos pelo leque de abertura oferecido ou pela inventividade dos chefs que avançam em mixagens improváveis. A escolha diligente dos alimentos e dos artesãos que os vão manipular parece um pressuposto básico demais.
A simplicidade ostentatória, esse aparente paradoxo, é o modo pelo qual o Aizomê vem buscando se destacar. A discrição marca o casarão com entrada lateral no bairro dos Jardins, bem como a sóbria disposição das mesas pelos poucos salões e o próprio balcão, onde uma dúzia de clientes pode assistir à preparação dos pratos.
Talvez seu objetivo seja oferecer ao glutão que escolhe o longo menu de sete pratos uma pequena instalação de cada vez. As cerâmicas, feitas sob encomenda pela artista Kimi Nii, estão em harmonia com as cores e as texturas dos alimentos que abrigam. A proporção de sólidos e líquidos, mesmo nos ensopados em geral mais rudes, não é fruto do acaso.
Aos sussurros, atendentes atentos disciplinam os bárbaros no uso restrito e moderado do shoyu, bomba atômica capaz de aniquilar o tênue equilíbrio de algumas propostas.
Tudo isso não sai por menos de R$ 250 por pessoa para degustar, no jantar, a lenta sucessão de delicadezas regadas a uma dose de bom saquê.
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Aizomê
Al. Fernão Cardim, 39, Jardim Paulista, tel. 3251-5157