Balaio IMS, do chef Rodrigo Oliveira, é eleito melhor novidade pelo júri
MELHOR NOVIDADE - JÚRI
Piauí e Rio Grande do Norte disputam quem é dono do maior pé de caju do mundo. Nas areias do Ceará, a fruta abraça a pimenta-rosa para deixar a caipirinha porreta. Em Pernambuco, o ceviche de caju leva limão-cravo, pimenta-dedo-de-moça, cebola roxa e uma generosa dose de coentro.
À beira-mar ou no batidão do sertão, o caju é içado à espécie símbolo nordestina. Da sua carne, vem o hambúrguer e, vejam só, agora até moqueca. Coisas do Nordeste!
Melhor dizendo, criação de um herdeiro daquela região solar, o chef e filho de pernambucano Rodrigo Oliveira, que levou os bacanas para passear na periferia da ZN atrás da tradicional comida do Mocotó. Agora, o moço faz o caminho inverso: sai da Vila Medeiros para fazer bonito no coração da metrópole. É na Paulista onde fica seu autoral Balaio, dentro do Instituto Moreira Salles.
Nesse ambiente tão aconchegante aos moderninhos, a cozinha solta um rojão! A receita, típica do interior paulista, é feita de carne de porco que chega à mesa em dose dupla numa tijelinha com farinha de milho. Enquanto o visitante mira o enxuto cardápio, saboreia-se um autêntico drinque da casa, o Canjica Colada –blends de rum, canjica, abacaxi, coco queimado e leite desnatado. Uma delícia que faz a gente se esquecer do prato principal.
Vão te recomendar a moqueca –de caju. Que leva ainda palmito, banana-da-terra, arroz vermelho e farofa biju de raspar a cumbuca. Por mais fã do fruto e de sua presença na culinária e na cultura brasileira -"E éramos olharmo-nos intacta retina, a cajuína cristalina em Teresina", como declama Caetano–, senti falta de uma coisa: do peixe.
Balaio IMS
Av. Paulista, 2.424, Instituto Moreira Salles, tel. 2842-9123