Atual, de olho nas tendências e em processo de expansão. A papelaria mais bem avaliada pelos paulistanos, com 35% de citações, chega aos 45 anos de idade olhando para a frente.
Trata-se da segunda vitória consecutiva da Kalunga, que nasceu como um pequeno negócio familiar na Vila Mariana, zona sul paulistana, e hoje tem 163 lojas em operação —a rede está presente em 68 cidades e em todas as regiões do país.
A expansão começou no início da década. De lá para cá, 20 novos pontos foram abertos por ano, em média. Em 2017, mais 22 inaugurações estão confirmadas.
Investimentos em tecnologia e marcas próprias são outros focos. Cerca de 400 pessoas trabalham na fábrica do grupo, que produz itens como post-its, papel fotográfico, mochilas e calculadoras.
Vendas para pessoas jurídicas respondem por 55% do faturamento, mostrando a força da Kalunga no segmento de escritório. "As empresas precisam se abastecer para sua produção diária. É como a relação entre o supermercado e uma família: ela tem que comprar arroz, feijão, macarrão", compara o diretor comercial, Hoslei Pimenta.
Apesar da conjuntura econômica adversa, o faturamento foi de R$ 2,3 bilhões no ano passado, acima do R$ 1,9 bilhão registrado em 2015. Atualmente, a loja virtual responde por 12% das receitas. "Não existe canibalização, os canais se complementam. As lojas físicas transmitem credibilidade ao site, e isso é fundamental no varejo. Depois que chegamos a Recife (PE) e Goiânia (GO), as vendas on-line subiram nas duas praças."
O diferencial da rede, para Pimenta, é o mix de produtos comercializados. "Temos mais de 11 mil itens. No mercado, só nós oferecemos essa variedade." Papel, cartuchos e toners para impressora são os carros-chefes -cenário bem diferente do vivido pela modesta papelaria de perfil atacadista que abriu as portas em 1972.
Na época, materiais escolares dividiam espaço com sacos de lixo, papel-toalha, copos descartáveis para escritório e até produtos de limpeza. Os bons resultados fizeram a empresa investir em uma unidade maior, no Brás, na região central, que logo virou uma espécie de 25 de Março para os revendedores do setor. Pessoas de outros Estados vinham a São Paulo fazer compras —muitos chegavam de caminhão.
NOVO RUMO
Foi na década de 1980 que a Kalunga deu uma guinada em direção ao varejo, depois de constatar que atender consumidores finais seria um negócio ainda melhor. Durante a volta às aulas, pais e mães já se organizavam para comprar material em grupo.
A marca ganhou visibilidade nacional na camisa do Corinthians, patrocínio que durou de 1985 a 1994. O clube era uma paixão do fundador, Damião Garcia, ex-caixeiro viajante que deixou Bauru, no interior paulista, para virar empresário do setor gráfico.
Damião levou os filhos, na adolescência, para trabalhar no grupo. Até hoje, a família Garcia comanda as operações: dois herdeiros do patriarca, morto em abril do ano passado, dividem a presidência. "Meu pai foi um grande exemplo e um modelo para mim e todos os meus irmãos", afirma Paulo Garcia, copresidente da Kalunga.
Segundo o Datafolha, a empresa se destaca entre os paulistanos de 26 a 40 anos (42% de menções), com ensino superior (42%) e da classe A (41%). Em relação às regiões da cidade, obtém 45% no centro, 44% na zona oeste e 40% na zona sul.
Em junho, será inaugurada a 46ª unidade da rede na capital, no Shopping Light, na região central de São Paulo.
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Kalunga
Fundação: 1972
Unidades: 163 lojas no país (45 delas na capital)
kalunga.com.br
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Paulo Garcia, copresidente da Kalunga
"Meu pai [fundador da empresa]costumava brincar: 'Neste mundo,a maior malandragem é ser correto'."