Foi com o objetivo de ajudar futuros colegas a entrarem nos cursos de medicina das principais universidades de São Paulo que, no fim de 1965, os estudantes João Carlos Di Genio e Drauzio Varella se uniram aos médicos Roger Patti e Tadasi Itto para fundar um cursinho preparatório na Liberdade, na região central.
O bom desempenho dos alunos nos vestibulares fez com que a empresa crescesse: as aulas passaram a ser dadas desde os primeiros meses do ano seguinte e, logo depois, a avenida Paulista se tornou a principal sede do Objetivo, eleito como o melhor da cidade por 17% dos moradores de São Paulo das classes A e B, ouvidos pelo Datafolha.
Dos quatro fundadores, Di Genio continuou na empresa e liderou a expansão do grupo. Veio, em 1970, o colégio Objetivo, em Mirandópolis, na zona sul. Depois, vieram unidades conveniadas (franquia que pode ou não usar o mesmo material da matriz) e a universidade Unip (1972) no mesmo endereço da escola.
Hoje, o cursinho reúne 11 mil alunos, sendo 7.500 nas sete unidades na cidade de São Paulo, espalhadas por bairros como Pinheiros, Tatuapé, na zona leste, e Santo Amaro, na sul. A rede atingiu 20% de lembrança entre os moradores da zona oeste.
Os estudantes que ocupam as salas de aula sonham com um número: as mais de 230 primeiras colocações obtidas por alunos do Objetivo nos vestibulares realizados no fim do ano passado e no início deste ano.
E, apesar da crise econômica, os cursinhos foram pouco afetados, de acordo com a instituição, que não citou números. "Ao contrário, nossa clientela aumentou muito por causa da expansão do Enem e porque querer fazer uma universidade pública [gratuita]", disse Vera Lúcia Antunes, coordenadora do Grupo Objetivo.
"Nós aumentamos o número de salas", acrescentou a coordenadora. "Na crise, as pessoas vão tirando as coisas, mas a última em que mexem é a educação."
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Objetivo
Fundação: 1965
Unidades: 12 (sete delas na capital paulista)
curso-objetivo.br
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Vera Lúcia Antunes, coordenadora do Grupo Objetivo
Ainda há um estigma do estudante que precisa do cursinho para entrar na universidade?
A Fuvest, por exemplo, divulga quanto tempo demora para um aluno entrar na faculdade. Em medicina, um dos mais concorridos, são pouquíssimos os que entram ao saírem do ensino médio. Com um ano de cursinho, cerca de 10%. A maior parte é com dois ou três anos de cursinho. Sabendo disso, os alunos não têm mais esse desespero.