Quatro varejistas dividem a preferência dos paulistanos como melhor loja de departamento
Elas expandem suas lojas em ritmo acelerado, investem cada vez mais no mundo digital e inovam para acompanhar o consumidor na velocidade da internet. Quatro das maiores varejistas do país —Renner, Lojas Americanas, C&A e Casas Bahia— têm mais um ponto em comum: foram escolhidas como as melhores lojas de departamento de São Paulo.
O quarteto aparece empatado tecnicamente, considerada a margem de erro da pesquisa do Datafolha, três pontos percentuais para mais ou menos. O empate persiste mesmo usando o critério de teste estatístico de proporção usado pelo instituto. É a primeira vez que a categoria aparece na pesquisa.
A Renner teve 9% das menções, as Lojas Americanas, 8%, e a C&A e as Casas Bahia, 7% cada uma. Chama a atenção o índice dos que não souberam responder, 42%. Juntas, essas empresas mantêm mais de 2.000 pontos de venda em todo o país.
A Renner, criada em 1965 no Rio Grande do Sul, responde por 12% deles.
Na contramão da crise econômica que afetou o varejo, a gaúcha inaugurou 64 unidades Renner, Camicado, de artigos para casa, e Youcom, de moda jovem, marcas que pertencem à rede. A previsão é abrir 65 pontos de venda, sendo 25 lojas da Renner.
A expansão ocorre dentro e fora do país. Neste ano, a empresa prevê abrir três lojas Renner no Uruguai.
Os custos para tudo isso entram em uma pacote de investimentos de R$ 500 milhões que também abrange a reforma de unidades, além da restruturação de sistemas de tecnologia e logística.
As Americanas respondem por quase metade das lojas das quatro eleitas. Ao todo, são 1.132 unidades da rede, que surgiu em 1929, em Niterói, no Rio de Janeiro, com o slogan "Nada além de 2.000 réis".
Só de 2015 para cá, foram inaugurados 185 pontos. Neste ano, até fevereiro, cinco abriram as portas e outros 80 estavam em fase de contratação ou estágio avançado de negociação.
Tudo isso faz parte de um plano da rede, anunciado há dois anos, para inaugurar 800 lojas até 2019. O projeto tem o lema "85 anos em 5 —Somos Mais Brasil", uma alusão ao plano desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, o "50 anos em 5".
A C&A, por sua vez, tem 11% das lojas do quarteto. Fundada por dois irmãos holandeses em 1841 e no Brasil desde 1976, a marca conta com 270 pontos de venda no país.
Há dois anos, com o lançamento da loja virtual, a varejista chegou a 100% do território nacional e investe em serviços digitais para atender as demandas do consumidor.
"Uma de nossas estratégias é ser a primeira empresa 'omnichannel' [multicanal] do varejo de moda brasileiro. Todas as nossas ações são pensadas já com um direcionamento digital", diz Paulo Correa, presidente da C&A no Brasil.
Já as Casas Bahias reúnem 750 lojas. No ano passado, quatro foram abertas e 19 fechadas. Neste ano, por uma questão estratégica, a rede, que surgiu há 60 anos em São Caetano do Sul, no ABC paulista, não deve ter inaugurações.
A meta é concentrar esforços no aumento da eficiência operacional nas existentes, promover a integração entre on-line e pontos físicos e melhorar o nível de serviços para clientes.
"O atual cenário traz um desafio para todo o varejo, mas temos uma marca reconhecida pelo consumidor e uma equipe eficaz e preparada para enfrentar este momento", afirma Othon Vela, diretor de marketing da Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio.
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C&A
Fundação: 1841 na Holanda (no Brasil desde 1976)
Unidades: 276 (26 delas na capital paulista)
cea.com.br
Casas Bahia
Fundação: 1957
Unidades: 750 (104 delas na capital paulista)
casasbahia.com.br
Lojas Americanas
Fundação: 1929
Unidades: 1.132 (cem delas na capital paulista)
todomundovai.com.br
Renner
Fundação: 1965
Unidades: 304 (26 delas na capital paulista)
lojasrenner.com.br
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Paulo Correa, presidente da C&A
O perfil do consumidor C&A está mudando?
O perfil do consumidor mudou e a forma como ele consome a moda também. As pessoas querem se sentir conectadas com a marca. Ele não aceita mais uma moda impositiva e questiona se os produtos que veste ou leva para casa foram produzidos por empresas com atuação justa, ética e que se preocupam com a questão da sustentabilidade. As companhias e as marcas que não acompanharem esse movimento enfrentarão desafios para se manterem vivas nesse mercado.
Othon Vela, diretor de marketing da Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio
As lojas físicas passaram a aceitar celulares como parte do pagamento de novos aparelhos. Como funciona esse serviço?
A recompra de celular está funcionando desde fevereiro em mais de 200 lojas de Casas Bahia e Ponto Frio. Até o final do semestre, todas deverão contar com o serviço. Os clientes entregam celulares e tablets usados, em qualquer Estado, para adquirirem novos produtos da mesma categoria com desconto no valor final.
Murilo Corrêa, diretor-financeiro e de relações com investidores das Lojas Americanas
O que faz as Lojas Americanas se destacarem no varejo?
Esse resultado é fruto de uma estratégia de longo prazo que busca a excelência na operação, fazer mais e melhor a cada dia, encontrar os melhores pontos para abrir lojas, ter foco no cliente e manter um rígido controle de custos. Nossa missão é realizar os sonhos e atender as necessidades de consumo das pessoas, poupando tempo e dinheiro e superando as suas expectativas.
Fábio Faccio, diretor de operações da Lojas Renner
Como a Renner se destaca da concorrência e se relaciona com os paulistanos?
Encantar a todos os clientes é a nossa realização e a pesquisa [do Datafolha] demonstra que estamos no caminho, por meio da consistência do nosso posicionamento de ser a marca cúmplice da mulher moderna, com moda em diversos estilos, qualidade, preços competitivos e excelência nos serviços prestados.