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22/09/2012 - 03h30

Editorial: São Paulo sem carros

Hoje acontece mais um Dia Mundial Sem Carro, ideia que nasceu em 1997, na França, e foi paulatinamente adotada por outros países. Embora sugira um veto ao automóvel, seu propósito é debater a utilização do carro e incentivar alternativas de locomoção mais racionais e menos poluidoras.

Diversas cidades brasileiras já adotam o evento, entre elas São Paulo. Aqui, as primeiras movimentações aconteceram em 2003, por iniciativa de ciclistas.

A partir de 2007, a ação ganhou a participação do Movimento Nossa São Paulo, hoje chamado Rede Nossa São Paulo --um conjunto de mais de 600 entidades que se mobiliza por uma agenda suprapartidária voltada para o desenvolvimento sustentável, a ética e a melhoria da qualidade de vida.

Em cidades nas quais reina o transporte individual, como São Paulo, o tema se torna mais relevante. Não para demonizar quem usa o carro, mas para lembrar que há um longo caminho a percorrer na melhoria do transporte público, única alternativa capaz de conduzir a uma mudança de hábito.

Avanços têm ocorrido: amplia-se a rede de metrô e modernizam-se os trens. A situação, porém, permanece aquém do desejável. Madri, com 4,6 milhões de habitantes na área metropolitana, tem 280 km de metrô, contra 74 km da capital paulista, com cerca de 20 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

Não por acaso, a Pesquisa Sobre Mobilidade Urbana divulgada pela Rede Nossa São Paulo mostra que o trânsito é visto como o quarto maior problema da cidade, atrás de saúde, segurança e educação.

Entre os moradores de São Paulo com mais de 16 anos, 80% avaliam que a situação é ruim ou péssima nesse quesito. Desde 2008, a percepção negativa aumentou dez pontos percentuais.

Parte da explicação possivelmente está na rápida expansão da frota, que é, aliás, um fenômeno nacional, e não apenas uma realidade do Sudeste. Em Estados como Tocantins, Maranhão e Pará, por exemplo, o crescimento foi maior que o da média do país.

No fim do ano passado, o Brasil chegou a 70,5 milhões de veículos, entre automóveis, utilitários, caminhões, ônibus, carretas e motocicletas. A cifra é 121% maior que a de 2001, quando a frota nacional somava 32 milhões de veículos.

Diante desses números, a proposta de um dia sem carro parecerá a alguns pueril e impraticável, mas sem dúvida suscita reflexão.

 

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