Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/11/2012 - 03h30

Editorial: Tudo igual nos EUA

Nas eleições gerais americanas desta terça-feira, os democratas defendiam a Presidência da República e a supremacia no Senado; os republicanos, a maioria na Câmara dos Representantes. As urnas mantiveram o status quo.

A reeleição de Barack Obama também reiterou a propensão --quebrada dez vezes em 223 anos de presidencialismo nos Estados Unidos-- a que o postulante no cargo alcance o novo mandato.

Em relação a 2008, estreitou-se a margem da vitória do candidato democrata, seja no cômputo do colégio eleitoral --que de fato escolhe o presidente, com base nos delegados indicados pela maioria em cada Estado--, seja na contagem nacional do voto popular.

Na prática, menos de 400 mil eleitores decidiram o pleito a favor de Obama. Essa foi a vantagem obtida pelo democrata sobre o republicano Mitt Romney em quatro Estados decisivos (Flórida, Ohio, Virgínia e Colorado), nos quais cerca de 20 milhões de americanos votaram para presidente.

Repetiu-se agora o padrão de 2008, quando o eleitorado negro e hispânico mais que compensou a derrota do democrata entre os brancos. Revalidaram-se também outros traços da divisão nos Estados Unidos entre o Partido Republicano, de centro-direita, e o Democrata, de centro-esquerda. Quanto mais metropolitano, mais jovem e menos religioso o eleitor, mais tendeu para Obama. O inverso valeu para Romney.

Com dois partidos tão próximos de conquistar a maioria, é precipitado atribuir o desfecho dos últimos dois pleitos americanos a uma perda duradoura de competitividade dos republicanos. Há quem preveja que ela virá, com a radicalização conservadora da agremiação e sua desconexão de grupos afluentes na sociedade e na demografia, como os hispânicos.

A crise econômica e a fadiga acumulada em oito anos de administração do republicano George W. Bush (2001-2008) ainda parecem os fatores cruciais a explicar o ciclo democrata que se sucedeu.

Desgaste político e ameaça de estagnação econômica prolongada, aliás, serão os principais tormentos do segundo governo Obama.

Ainda em desvantagem no Legislativo, o primeiro desafio do presidente reeleito será evitar uma crise fiscal e política já no início de 2013. Cortes automáticos de gastos do governo e alta de impostos passarão a vigorar --com impacto muito negativo para a incipiente recuperação econômica, doméstica e global-- caso Obama não consiga selar um acordo no Congresso.

Os republicanos perderam a eleição presidencial, mas não o poder de frear e desgastar a Casa Branca democrata. Nesse quadro menos favorável, mas ainda assim à testa da maior potência mundial, Obama pelejará pelo seu legado nos próximos quatro anos.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página