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27/03/2013 - 03h30

Editorial: Aécio sob pressão

O evento desta segunda-feira do PSDB paulista, para demonstrar apoio ao senador Aécio Neves, atenua a imagem de uma divisão grave no maior partido da oposição. Os tucanos seguem tão unidos --ou desunidos-- como têm estado desde que deixaram o governo federal, no início da década passada.

Desde então, um punhado de caciques disputa e controla as indicações nas eleições majoritárias. A soma de suas personalidades e veleidades entra em atrito constante, e às vezes em franca contradição, com as diretrizes de estabelecer um programa partidário coerente e de privilegiar condutas que se sobreponham ao personalismo.

O que acontece há dois anos nesse minúsculo grupo de comando é o enfraquecimento de um de seus próceres, José Serra. Duas derrotas sucessivas --para a Presidência, em 2010, e para a prefeitura paulistana, em 2012-- anularam sua capacidade de colocar-se no caminho de Aécio Neves.

O ex-governador paulista tornou-se um incômodo menor no processo de unção do senador mineiro à condição de candidato tucano ao Planalto em 2014. Com a bênção do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Geraldo Alckmin, Aécio deverá assumir o comando da legenda em maio e, a partir daí, desenvolver sua estratégia até a eleição.

Aécio Neves está sozinho na disputa interna, e esse é o seu maior problema. Enquanto se debatia com lideranças mais fortes, como em 2010 contra Serra, tinha ao menos um pretexto para não dizer exatamente a que veio. Agora o candidato que pretende governar o Brasil, antepondo-se a uma presidente popular que será competitiva no ano que vem, está desafiado a revelar, sem subterfúgios, sua plataforma e sua personalidade.

Os primeiros ensaios e discursos de Aécio Neves têm sido desapontadores. Não se depreende muito bem o que deseja fazer de diferente em relação à administração Dilma Rousseff. Melhorar a operação da Petrobras, emancipar os mais pobres da dependência de bolsas e recursos públicos e aperfeiçoar a gestão federal, tópicos aos quais Aécio se aferra, seriam temas adequados a qualquer candidato, de situação ou de oposição.

Saber em que se distinguiria a candidatura de Aécio Neves é ainda mais crucial para o PSDB diante da desenvoltura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), nesta aquecida pré-temporada eleitoral. Semidesgarrado do bloco governista, Campos arrebata simpatias em setores da opinião pública e do empresariado usualmente próximos dos tucanos.

Talvez esse veio não seja largo o suficiente para abrigar dois candidatos fortes de oposição em 2014.

 

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