Marcelo Pedroso
O Rio está preparado para a Olimpíada de 2016? Sim
GESTÃO NO PÓDIO
O Brasil entrou na reta final dos preparativos para sediar os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul. O trabalho é intenso para receber cerca de 15 mil atletas de 206 nações no próximo ano.
O desempenho do país dentro e fora de campo começa a ser colocado à prova com o início de uma série de competições que testam as arenas esportivas e o planejamento operacional dos Jogos. É o momento de mostrar a capacidade do Brasil de receber o maior evento do planeta e se consolidar como protagonista no cenário global.
A um ano dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, as obras estão avançadas e no prazo para a realização dos 44 eventos-teste e das competições em 2016. O Parque Olímpico da Barra da Tijuca, considerado o "coração" dos Jogos, está com 82% das obras concluídas e começa a entregar as arenas no fim deste ano.
O Complexo Esportivo de Deodoro, segunda região olímpica mais importante –com 60% das instalações prontas desde os Jogos Pan-Americanos de 2007–, entregou nesta semana o Centro Equestre, após adaptações para atender aos requisitos olímpicos.
São obras feitas com um orçamento planejado, sem ostentação, mas com qualidade para garantir a eficiência das competições. O custo dos projetos feitos exclusivamente para os Jogos, e que não seriam realizados se o Rio não fosse eleito a cidade-sede, soma R$ 6,6 bilhões. Desse total, R$ 4,2 bilhões são recursos privados.
As informações sobre os responsáveis pelos recursos e pela execução de cada projeto estão organizadas na matriz de responsabilidades, um documento elaborado pela Autoridade Pública Olímpica (APO) para dar transparência aos investimentos realizados para o evento, disponível no site da APO, e que será atualizado no dia 21 deste mês.
Os Jogos estimularam a execução de políticas públicas para revitalizar a cidade e melhorar a qualidade de vida da população. Desde a candidatura do Rio como sede olímpica, o princípio norteador é o de que os Jogos devem servir à cidade, impulsionando seu desenvolvimento econômico e social.
A inspiração vem de Barcelona, cidade espanhola que ainda colhe os frutos da renovação urbanística promovida para sediar os Jogos de 1992. O Rio de Janeiro será a porta de entrada para um Brasil hospitaleiro, de belezas naturais e diversidade cultural, que é também um país empenhado em identificar suas mazelas e enfrentar suas dificuldades de forma moderna e inovadora.
A experiência positiva de sediar megaeventos, como foi a Copa do Mundo de 2014, torna evidente a importância do planejamento e da boa execução por meio de uma governança ágil, que permitem a entrega de resultados de sucesso.
A preparação dos Jogos Olímpicos não é diferente. Todos os dias são tomadas decisões técnicas importantes para garantir o cumprimento de prazos e a qualidade de instalações e serviços. São diferentes áreas, que precisam trabalhar de forma integrada.
O papel da APO é criar sintonia entre as partes envolvidas. Atuamos no processo de facilitação do diálogo e na integração entre União, Estado e município do Rio de Janeiro, contribuindo para encontrar a melhor solução nos casos de impasses.
Iniciativa inédita no país, a APO é o primeiro consórcio tripartite da administração pública. Ao reunir na mesma mesa representantes de vários setores dos três níveis de governo, ajuda a criar uma nova cultura que se tornará um importante legado para a gestão brasileira e trará benefícios que vão além da conquista do pódio olímpico.
MARCELO PEDROSO, 44, é presidente em exercício da Autoridade Pública Olímpica
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