Para leitora, relativizar responsabilidade em crimes elimina culpa
Sobre o julgamento do assassinato de Eloá Pimentel,15, o argumento de que um acusado não é responsável por um desfecho fatal, alegando que foi tomado por um sentimento irracional que o dominou, que estava fora de si ou, como diziam os gregos antigos, dominado pelas paixões, nos faz pensar por que tantas pessoas passam por momentos de extrema emoção e, no entanto, não chegam ao cúmulo de tirar a vida de outro ser humano, não se deixam perder em meio ao turbilhão de emoções, param no instante imediatamente anterior.
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Quando um ser humano abre mão de sua capacidade de controle e cede ao instinto, perde aquilo que o diferencia.
Relativizar a responsabilidade por uma atitude impensada ("toda história tem dois lados") elimina a figura do culpado, e todos serão vítimas de vítimas. Então, como lembra Dostoiévski, tudo será permitido.
André Monteiro - 14.fev.2012/Folhapress | ||
A mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, sai do fórum onde Lindemberg Alves é julgado, em Santo André |
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