Médicos e leitores debatem uso terapêutico da vitamina D
Cicero Coimbra e Walter Feldman insistem na distorção dos fatos. Como já declarei, a deficiência de vitamina D é, por ora, somente mais um dentre outros possíveis fatores ambientais de risco para o desenvolvimento da esclerose múltipla. Não existe nenhuma evidência da relação causal exclusiva e inequívoca entre deficiência de vitamina D e o aparecimento da esclerose múltipla. Trata-se de doença multifatorial e complexa. Não há respaldo científico para o tratamento e, muito menos, promessa de cura com o uso de altas doses de vitamina D.
TARSO ADONI, neurologista (São Paulo, SP)
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O artigo de Cicero Coimbra e Walter Feldman informa uma realidade que possui vasto respaldo científico de extrema confiança, que fundamentam o eficiente tratamento de patologias autoimunes com altas doses da vitamina D. Existem milhares de publicações sobre o poder modulador dessa substância sobre as células do sistema imunológico. Que evolua o interesse dos profissionais médicos em virtude de expandir seus horizontes de estudos para buscar soluções melhores para seus pacientes.
MARCELO DE PALMA, vice presidente, e SERGIO DE PALMA, secretário do Instituto de Autoimunidade (São Paulo, SP )
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Sobre o comentário do Tarso Adoni sobre vitamina D, sugiro que se informe sobre o assunto para depois tecer qualquer comentário. Talvez ele seja pago por algum laboratório para escrever isso, já que a vitamina D coloca abaixo todos os remédios convencionais para esclerose múltipla que são caríssimos –enquanto ela é tão barata.
MICHELE SALLUM, pedagoga (Curitiba, PR)
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Quando temos dúvidas, vamos ao Google. O Google da medicina demonstrada por evidências é uma instituição multinacional sem fins lucrativos chamada "Colaboração Cochrane". De maneira simplificada, a instituição faz meta-análise de todos os estudos relevantes sobre propostas de usar quaisquer medicamentos para determinadas doenças e destas correlações tira uma conclusão: a) deve ser usado; b) não há evidências que justifiquem o seu uso. Bem, a vitamina D está no segundo grupo. Não há evidências que justifiquem seu uso em doenças não ligadas ao metabolismo ósseo.
CARLOS ANTONIO ANSELMO GUIMARÃES, médico (Curitiba, PR)
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Como irmã de paciente que se trata da esclerose múltipla, diagnosticada pelo dr. Cícero Galli, só com altas doses de vitamina D é que ela tem obtido melhoras. Sinto-me verdadeiramente indignada com as absurdas afirmações e acusações proferidas pelo dr. Tarso Adoni contra o dr. Cícero e dr. Walter Feldman. Quem está no dia-a-dia do tratamento sabe muito bem que o ele é eficaz, seguro e barato.
ANA EMILIA DOMANOSKI GURNIAK (São Paulo, SP)
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Anos atrás fizeram um alarde sobre as curas que um tipo de célula-tronco –as embrionárias- poderiam trazer a portadores de doenças como a esclerose múltipla. Mas descobriu-se que elas não só não eram capazes de nos curar como poderiam tumores. Quantas esperanças se desvaneceram em colegas entusiasmados com aquela notícia divulgada com tanto alarde e pouco critério! Portanto, é importante ter cautela ao divulgar opiniões sobre remédios e tratamentos, como é o caso da vitamina D.
ANA C. N. SASAKI (São Paulo, SP)
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Estatisticamente, mesmo com poucas comprovações científicas, pessoas que desenvolveram doenças autoimunes como esclerose múltipla apresentam níveis muito aquém dos valores mínimos estipulados de vitamina D no sangue. Seu uso vem sendo preconizado de forma segura e profilática por especialistas renomados do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP –especialmente geriatras. Polêmicas à parte, como profissional da área da saúde e após ter lido vários trabalhos, tomo minha dose diária da referida vitamina.
MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR, farmacêutico (Ribeirão Preto, SP)
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