País ignora importância dos docentes de ensino fundamental, afirma leitor
Geraldo Bubniak/AGB | ||
Em assembleia realizada em estádio de Curitiba, professores do Paraná decidem manter greve |
Expurgado o forte viés político-partidário e ideológico de Vladimir Safatle, o que ele diz é a mais pura verdade (Não seja professor, "Opinião", 5/5). Ao contrário dos países desenvolvidos, como Japão, Alemanha e Inglaterra, há décadas nosso país faz questão de ignorar a importância do trabalho de docentes de ensino fundamental, jogando a profissão em uma vala de total desprestígio. Talvez por isso a existência da enorme diferença social e educacional entre os países acima citados e o nosso.
JOÃO CID GODOY PEREIRA, médico e advogado (São Paulo, SP)
*
Como a Folha pode permitir que Safatle ocupe um espaço nobre do jornal para solicitar aos seus alunos (e leitores) que não sejam professores? Os argumentos são muito pobres. Se ainda há esperança para o Brasil, ela passa pela melhor formação dos professores. Se eles acabarem, não haverá esperança nenhuma. Precisamos de muitos e melhores professores, que eduquem bem e lutem por melhores salários e melhores condições de trabalho. Torço para que Safatle quisesse ser irônico em suas afirmações.
BAHIGE FADEL, professor (Botucatu, SP)
*
Parabéns, Vladimir Safatle. Em seu artigo, você chegou ao núcleo da calamidade de nosso processo educacional. Por mais paradoxal que possa parecer, nós, professores, temos que ter coragem de dizer aos nossos alunos: não seja professor. Como professor universitário, ajudei a formar centenas de professores. Tinha certeza de que estava na direção certa. Hoje, lamentavelmente, me recusaria a indicar o magistério como projeto de vida aos novos universitários. Se o fizesse, estaria enganando-os.
NEWTON CESAR BALZAN (Campinas, SP)
*
Na "pátria educadora", professores não são valorizados, ganham mal e apanham da polícia. Ter cidadãos bem formados e informados não interessa a nenhum governo, seja do PT, seja do PSDB. Brasil, o país dos slogans vazios.
ANGELO SCARLATO NETO (São Paulo, SP)
*
A falta de verbas para o financiamento estudantil atinge os jovens e mostra a demagogia do governo petista quanto ao slogan de governo ("Acabou a verba para novos contratos do Fies, afirma ministro", "Cotidiano", 5/5). Pior faz a UNE, no silêncio que constrange os estudantes e mancha a história de uma entidade de lutas que hoje nada mais é do que linha auxiliar do PT.
NATHAN LORENZETTI (Araraquara, SP)
*
O artigo do professor Vladimir Safatle é de uma dedução corretíssima. Tenho brigado muito pelos professores de ensino fundamental e médio, mas o país não os merece. Ser professor é não ter nenhum direito básico (vale-transporte, plano de saúde, nada). Infelizmente tenho uma filha professora publica do Estado, e, mesmo acometida de dengue ela não pode faltar, pois a Secretaria de Educação desconta no bônus anual.
CLÓVIS DEITOS (Campinas, SP)
*
É de uma tristeza estarrecedora, pois verdadeira, a coluna de Vladimir Safatle e fazendo uma comparação os professores do ensino médio e fundamental serão como os computadores 486.
MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)
*
Vladimir Safatle, de modo genial, resumiu a situação atual do Brasil. Um país sem rumo, que esta destruindo o pouco que resta de seus recursos humanos. O ensino fundamental e médio constitui a base para estruturação do conhecimento. Chegamos no limite em que um professor pede aos seus alunos não serem professores.
ELSON LONGO, professor da UNESP e professor emérito da UFSCar, membro da Academia Paulista e Brasileira de Ciências e World Academy of Ceramics (São Carlos, SP)
*
Parabéns e obrigada por este artigo desabafo de Vladimir Safatle. Desabafou, no lugar de muitos de nós, o sofrimento de um profissional, que, como outros, merece respeito e dignidade.
MARIA CRISTINA DA MOTA POUSA RODRIGUEZ, professora aposentada (Lorena, SP)
*
Diante do repetitivo slogan do atual governo, "pátria educadora", é corajoso, preciso, consciente, irretocável o texto de Vladimir Safatle. Além da profunda humilhação e sofrimento físico porque passaram vários professores tanto no Paraná quanto em São Paulo, nós, professores, contamos muitas vezes com a incompreensão e indiferença de parte dos familiares dos nossos alunos, que, não sabendo como funciona a "máquina da Educação", acreditam nos falsos índices divulgados pelas autoridades, que estão sempre colocando a culpa da ineficácia da Educação sobre os "ombros dos professores", recusando-se a expor que quem impõe esse sistema arcaico de educação são eles próprios.
ÁUREA ROBERTO DE LIMA, historiadora (São Paulo, SP)
*
PARTICIPAÇÃO
Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade