Leitores divergem após aprovação da diminuição da maioridade penal
Mais uma vez os deputados optaram por enviar os jovens para a cadeia em vez da escola (Diminuição da maioridade penal avança na Câmara após manobra ). A história os julgará.
JOSÉ EDUARDO SERRÃO, professor (Viçosa, MG)
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Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Deputados defensores da redução da maioridade penal comemoram aprovação da medida, na madrugada desta quinta (2) |
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Com esta medida puramente higienista com relação aos nossos meninos pobres, a Câmara expressa toda a crueldade e o cinismo da elite brasileira. Em vez de levantar do chão nossos "capitães da areia", ampará-los, alimentá-los e educá-los, aponta-lhes os cárceres animalescos existentes no Brasil. Esse doutoramento no crime que os deputados estão lhes oferecendo acabará por recolocá-los na rua novamente. Não tenhamos dúvidas a esse respeito.
CLARILTON RIBAS, professor na UFSC (Florianópolis, SC)
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A redução da maioridade penal é um começo para tentar eliminar os menores criminosos de hoje. Agora temos que pensar e agir para não permitir que surjam novos menores criminosos de amanhã. Governo e sociedade temos que nos unir e oferecer escola, ensino profissionalizante, esporte, lazer e, principalmente, estrutura familiar para que os nossos menores de amanhã não se tornem novos criminosos.
ARCÂNGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP)
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Muito se comenta a atuação de Eduardo Cunha para conseguir aprovar na Câmara uma vitória parcial pela redução da maioridade penal. É válido salientar que, por mais que as intenções não justifiquem os métodos, a ação tem o apoio da esmagadora maioria da população brasileira, a qual a Casa representa.
THIAGO C. ANDRADE (Recife, PE)
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A redução da maioridade penal é um projeto oportunista, imediatista, eleitoreiro e procura atender uma fatia da sociedade que acredita ser essa a solução. Procura dolosamente enxergar somente as consequências e não tratar as causas. Antes de simplesmente colocar os adolescentes cada vez mais cedo na cadeia, devemos descobrir os motivos que levam a isso.
ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)
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Na manobra feita para nova votação da redução da maioridade penal, uma das falácias de muitos deputados foi o argumento de estarem seguindo a preferência da população, quando não o fizeram em relação ao voto obrigatório e outros temas eleitorais. Ouvindo os discursos, as posições foram em boa parte contra ou a favor do governo, não dos argumentos técnicos da proposta. Enfim, letras e números foram torcidos e distorcidos, com dispositivos legais e regimentais sendo ignorados e a estatística vilipendiada como a ciência que é. Que sentido tem alterar um dispositivo da Constituição, se os próprios parlamentares não cumprem outro, o do impedimento da discussão de matéria rejeitada?
ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP)
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