DE SÃO PAULO

FUTURO DE LULA

Está cada vez mais evidente que a politização do caso não vem dos julgadores e, sim, daqueles que defendem esse cidadão, especialmente dos membros de seu partido ("O STF não permitirá violência contra Lula"). Se ele não fosse tão popular, ninguém estaria insistindo na sua candidatura e não insistiriam na ridícula tese da "falta de provas", que acabou se tornando a bandeira de luta deles.

TERSIO GORRASI (São Paulo, SP)

Se a decisão do TRF-4 foi justa ou injusta, as cortes superiores deverão se manifestar, ainda mais se houve excessos dos julgadores. Mas uma coisa é certa: houve, sim, uma afronta de Lula ao Judiciário e, este, vingou-se. O resultado aí está: cada vez mais o país fica dividido e o ódio se tornou a bola da vez.

RICARDO DE MACEDO SANTOS (Porto Alegre, RS)

Finalmente o PT percebeu que não adianta lutar institucionalmente. Em um país de golpistas, a luta se dá com invasões, greves, passeatas, enfim, com mobilização do povo pobre, das vilas e das favelas, dos campos e das cidades.

JARBAS CABRAL (Vespasiano, MG)

A presidente do PT diz que o país vive um processo de ruptura e que o STF vai "recolocar as coisas nos eixos", protegendo Lula. Seria tão bom se o cidadão comum tivesse no Supremo a mesma confiança que Gleisi Hoffmann tem. Dormiríamos tranquilos com o fato de que a corte zelaria pelo cumprimento da lei e pelo combate à corrupção, incluindo a devida punição aos que a praticam.

JORGE A. NURKIN (São Paulo, SP)

Vários artigos tratam de possíveis mudanças nos entendimentos, acordões e acórdãos para livrar Lula e outros políticos investigados de pagar por seus crimes. O mais surpreendente é acharem possível que os tribunais superiores estejam, de fato, buscando rotas de fuga legais para eles. Espero, talvez ingenuamente, que estejam enganados.

MARCO ANTONIO BANDEIRA (São Paulo, SP)

Nosso país produz certas aberrações. Em qualquer democracia séria e consolidada, o assunto Lula já estaria enterrado e pacificado ("Um refresco para Lula?"). No entanto, continua o discurso sobre se um condenado pode disputar as eleições ou se será ou não preso. É uma lástima o que fazem com a moral e a ética por estas bandas.

JOAO LUIZ BALTAZAR ALVES (Rio de Janeiro, RJ)

Políticos têm de entender que as leis, que eles mesmo redigem e aprovam, são válidas para todos, inclusive para eles ("Se prenderem Lula, ele vai ser candidato preso"). Essa história de querer mudar as regras do jogo para atender determinados políticos ou partidos é do tempo dos coronéis. Lula vai ter de se acostumar com a sua condenação e os rigores que as leis penais e eleitorais determinam. Isso serve para todos.

FRANCISCO ASSIS (Natal, RN)


TEMER EM DAVOS

Em 26/1, Patrícia Campos Mello afirmou: "Em Davos, Trump e Temer vendem peixe que ninguém quer comprar". A coluna exercita o jornalismo impressionista e a reportagem-vidência, que ignora noticiário da própria Folha. Quem esteve lá relatou o otimismo dos empresários e viu o contrário: "O presidente Michel Temer vendeu reformas em seu discurso (...) em Davos, e os empresários estrangeiros compraram – ao menos por ora". Foi o que escreveram em 24/01 as enviadas especiais Maria Cristina Frias e Luciana Coelho.

MÁRCIO DE FREITAS, secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Brasília, DF)

RESPOSTA DA REPÓRTER PATRICIA CAMPOS MELLO - Ao contrário do que afirma o sr. Marcio Freitas, a coluna não afirma em nenhum momento que o empresariado não "comprou" as reformas propostas pelo governo. A colunista mantém a visão, expressa em sua coluna. de que os empresários não "compraram" a ideia de que não há instabilidade política no país – como está no texto, reformas e indicadores positivos não parecem ser suficientes para convencer os empresários em Davos de que "a eleição de 2018 não é um 'big deal', ninguém precisa prestar atenção na situação política absolutamente bizarra em vigor no país".


JUDICIÁRIO

No domingo (28), o corajoso texto de Conrado Hübner Mendes ("STF, vanguarda ilusionista"). Nesta segunda (29), o caso do juiz Marcelo Bretas, brigando pelo auxílio-moradia apesar de ele e a mulher, também juíza, morarem na mesma casa ("Querer e poder", "Painel"). Com rendimentos inflados dessa maneira, decididos e julgados por eles, os integrantes do Judiciário chegaram a níveis absurdos de remuneração em um país com tanta desigualdade.

JOSÉ DIEGUEZ (São Paulo, SP)

Gostaria de parabenizar o doutor Conrado Hübner Mendes. A análise dele foi brilhante e assertiva, qualidade escassa em nossos juristas. Agora, só falta ele falar sobre o excesso de poder e arbitrariedade do Ministério Público, outro sintoma dessa democracia que precisa de heróis e vingadores.

LEONARDO GANDARA (Belo Horizonte, MG)

Jamais vi uma análise sobre a atuação do STF tão verdadeira, precisa, abrangente e contundente como a que nos brindou Conrado Hübner Mendes. Gostaria de saber se os 11 imperadores voluntaristas também a leram com atenção ou se apenas sorriram com sarcasmo antes de atirar o jornal ao lixo.

MARIA CECÍLIA DE ARRUDA NAVARRO (Bauru, SP)


GILMAR MENDES

Passamos a achar normal xingar o cara de esquerda por ele ser de esquerda e o de direita por ele ser de direita, a achar normal integrante do Ministério Público chamar fulano de "chefe não sei de que" fora dos autos, antes de ele ser julgado, e a achar normal xingar ator em restaurante por ele ser de esquerda ou de direita. E, agora, demos mais um passo em direção à insanidade, e passamos a achar normal falar dessa forma com um ministro do STF.

FLÁVIO LIMA (Araguari, MG)

Fico impressionada com o descontrole das pessoas que se pensam críticas, mas são incapazes de raciocinar. Um juiz, um desembargador ou um ministro do STJ ou do STF têm direito a ter opinião e a proferir a sentença que lhes parecer mais justa. Insultos e xingamentos só mostram que os agressores não têm ou não usam a inteligência para refletir.

MARIA LÚCIA RODRIGUES MULLER (Rio de Janeiro, RJ)


FEBRE AMARELA

Os governantes e seus ministros não sabem como agir em casos de doenças e outras calamidades por não terem competências e conhecimentos dos assuntos das pastas que ocupam ("Erros em série antecederam febre amarela").

PAOLO VALERIO CAPORUSCIO (São Paulo, SP)

O problema é que a maioria dos profissionais de saúde sérios não quer macular sua biografia servindo ao Ministério de Saúde. Resultado? O ministério está acéfalo e temos a febre amarela explodindo. Aliás, de maneira previsível, ao contrário do que apregoa Ricardo Barros. Pobre Brasil.

EVALDO STANISLAU AFFONSO DE ARAÚJO, médico infectologista (Santos, SP)


PARTICIPAÇÃO

Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.