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Leitor diz que poder público tem deveres no caso Center Norte
DE SÃO PAULO
O caso do shopping Center Norte, em São Paulo, demonstra que o país ainda precisa evoluir muito para se considerar desenvolvido.
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No anos 1980, quando autorizaram a edificação do shopping no terreno onde está localizado, as autoridades e órgãos técnicos deveriam ter levado em consideração os riscos do lixão no subsolo.
Mas só em 2004 foram identificadas as necessidades de obras para jogar na atmosfera o gás metano. Agora, sete anos depois, resolveu-se agir com severidade.
Algumas perguntas insistem em não calar. Quais são os órgãos que autorizaram a construção e o funcionamento do shopping? Já conheciam os riscos do lixo? Por que demoraram 20 anos (de 1984 a 2004) para começar a exigir providências? O que fizeram desde 2004, quando o problema foi identificado? E agora, existe algum fato novo que coloque o lugar em risco e exija a medida extrema do fechamento? O problema é tão grave que justifique o encerramento de mais de 400 lojas e milhares de postos de trabalho?
André Vicente - 26.set.2011/Folhapress | ||
Fachada do shopping Center Norte, em SP, construído sobre área considerada de risco |
O poder público tem deveres dos quais não pode fugir. Além de cobrar taxas e tributos, tem responsabilidades sobre aquilo que produz. Quem autorizou a construção e operação do Center Norte tem tanta responsabilidade quanto seus empreendedores.
Quem o fiscalizou durante essas quase três décadas é também responsável. De repente, o empreendedor é transformado no demônio e os órgãos públicos omissos colocam-se como paladinos. É preciso que todos assumam suas responsabilidades e, juntos, busquem a solução.
E a favela (hoje Cingapura) igualmente ameaçada pelo gás do lixo? É preciso também resolver o problema dessa gente pobre. Além disso, pelo Brasil, há milhares de edificações sobre o lixo. O que fazer para protegê-las? Estariam todas ameaçadas? Poderão explodir? Onde estão as autoridades?
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES (São Paulo, SP)
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