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27/03/2013 - 12h56

Leitora critica a nova lei das cotas para a universidade

LEITORA LAURA CLEMESHA COGGIOLA
DE SÃO PAULO

Li recentemente reportagem da Folha sobre a nova lei das cotas para as universidades, que será efetivada em 2015, e quero expressar a minha opinião sobre essa decisão do governo.

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Acredito que tais cotas não são a melhor saída para o problema socioeconômico que temos hoje no Brasil. Ao menos, não nos termos que o governo está impondo-as. A nova lei prevê um espaço de 50% das vagas das universidades, federais e estaduais, reservadas as cotas. Mas 50% não é, por definição, uma cota. É a metade. Para ser cota deve ser o pedaço menor de uma porção.

Dando essa metade das vagas para estudantes cotistas, você está dividindo a faculdade em dois grupo. A tendência será de conflito entre essas duas partes. O preconceito só aumentará se tivermos na universidade uma distinção tão explícita das diferenças raciais e de classes.

Esse preconceito virá, também, pelo possível sentimento dos não cotistas de que eles são "superiores", e os cotistas "não merecem" essas vagas.

Outro ponto que deve ser levantado é o fato de que o nível de aprendizado em sala de aula cairá se a classe não estiver adequadamente pronta para tais aprendizagens.

A solução está em melhorar o ensino médio público e o fundamental. Existem outras propostas como cursos especiais para os cotistas, que eles fariam após serem escolhidos, mas antes de entrar na universidade, assim seu desempenho em sala de aula não seria prejudicado.

Apesar de tudo, as cotas não devem ser banidas, devem ser reduzidas a 30%, talvez 40%, no máximo. No momento, elas são os ajustes mais eficazes e possíveis a serem feitos para melhorar a situação do país. Mas, uma vez que se deixa muito fácil a entrada na faculdade, perde-se o estímulo que antes os alunos tinham para estudar e ir bem nos vestibulares.

O governo se precipitou com essa decisão. Como sempre, os brasileiros foram empurrando o problema com a barriga até a hora que perceberam a gravidade da situação e decidiram radicalizar, achando que assim reverteriam o estrago. Essas coisas levam tempo, e não é com simples cotas que nosso país vai sair da miséria educacional.

Laura Clemesha Coggiola, 15 anos, é aluna do colégio Vera Cruz.

 

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