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Leitor discorda de artigo do cônsul de Israel
DE SÃO PAULO
Irã
Em artigo publicado na seção "Tendências/Debates" de 12 de novembro,, o sr. cônsul-geral de Israel em São Paulo qualifica como "desastrosa" a situação dos direitos humanos no Irã. O sr. Sztulman se esquece, todavia, da situação dos direitos humanos na faixa de Gaza, onde a população vive situação de penúria em virtude do bloqueio econômico e comercial mantido por Israel a "manu militari".
Se a comunidade internacional deve se "alarmar" com os que negam a ocorrência do Holocausto e pregam a destruição de Israel, deve, igualmente, preocupar-se com os Estados que mantêm arsenais nucleares e são responsáveis por verdadeiras crises humanitárias.
Pedro Luiz Bueno de Andrade (São Paulo - SP)
Em que pesem a precária democracia e a sempre ameaçada liberdade individual e de expressão no Irã, o cônsul-geral de Israel, sr. Sztulman, deveria refletir sobre o fato indiscutível de que países igualmente autoritários e teocráticos já possuem armas nucleares (Paquistão) sem que por isso sejam tão duramente criticados.
Mencionar o recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica como prova inquestionável da capacidade iraniana de desenvolver artefatos atÿmicos também carece de sustentação lógica já que Israel não a reconhece e jamais permitiu suas inspeções. Esconder ao mundo o próprio programa nuclear não me parece, portanto, exclusividade dos líderes iranianos.
Fabrizio Wrolli (São Paulo, SP)
USP
Em atenção à carta do leitor Francisco Xavier Fernandez (no "Painel do Leitor" de ontem), que, sobre a polêmica da USP, me avisa que os anos 1970 já passaram e referenda a política educacional da ditadura, reafirmando que o papel do estudante é meramente estudar, permito-me esclarecer: de fato estamos na segunda década do século 21, mas os efeitos deletérios daquela política persistem até hoje.
Ela pode ter formado profissionais, bons ou maus, mas não bons cidadãos. Estudantes acríticos e politicamente amorfos não terão com que contribuir para a busca da cidadania plena. Ensinar a pensar, fomentando o livre debate de idéias, certamente é a função primordial da universidade - muito mais importante para o estudante do que aprender uma dúzia de fórmulas.
Alfredo Spínola de Mello Neto (São Paulo, SP)
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