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23/10/2009 - 02h30

Lula, garis, violência, culpados, poesia

da Folha Online

Lula

"Na entrevista concedida pelo plenipotenciário (''No Brasil, Jesus teria que se aliar a Judas', diz Lula', Brasil, 22/10), gostaria de saber: ele se coloca --em relação ao povo-- como Judas, o traidor, ou Jesus, o traído?"

DÁRIO NOGUEIRA (São Paulo, SP)

*

"Lula tem certa razão: 'Você passa o tempo inteiro plantando sua rocinha. É justo que, quando ficar no ponto de colher, você vá colher'. Criticar a Dilma por colher a sua rocinha é mesmo 'um debate pequeno'; deixa o homem 'continuar inaugurando'.
Tudo bem! Mas quando vejo a Dilma viajar para Araraquara às nossas custas e inaugurar uma reforma inacabada, dá vontade de perguntar: e quando começarão a governar?
A meu ver, há uma diferença enorme entre inaugurar (colher o que plantou) e se aproveitar de reformas inacabadas, ou mesmo obras de outros para aparecer."

WANDERLEI FONSECA (São Paulo, SP)

*

"O senhor presidente deve refletir profundamente em relação à entrevista dada com exclusividade à Folha após passar em revista o seu passado. Ao final, poderá ver que figura como Judas em vez de Jesus nessa metáfora no mínimo infeliz."

JOSÉ VALTER DA SILVA JUNIOR (São Paulo, SP)

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"A manchete da Folha 22/10 resume o Brasil. Aqui, Cristo e Judas dividiriam a mesma ceia, e o presidente fala isso sem um pingo de vergonha na cara, compactuando com o velho vício.
Desde que um português, filho do rei da metrópole, decidiu gritar pela 'independência' da colônia, nunca mudou. No passado recente, o intelectual da esquerda se unia aos clãs coronelistas do Nordeste. Hoje, quem o faz é o barbudo, que já se vestiu de vermelho e hoje se apega aos piores bigodes da nação. Cristo e Judas unidos para que o pão nunca seja partido!"

MARCOS BROGNA (Americana, SP)

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"Sofismas diários. Ceder às pressões das elites democraticamente constituídas ou corromper o representante delas que, hipoteticamente, garantiria com seu apoio as desejadas mudanças estruturais?
O que se coloca como único método possível para as esquerdas brasileiras que chegaram ao poder, na verdade, é um falso dilema, como é falsa uma moeda de duas caras."

ANTONIO GERALDO FIGUEIREDO FERREIRA (Arceburgo, MG)

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Garis

"A reportagem 'Concurso para garis atrai 22 mestres e 45 doutores' ( Cotidiano, 22/10) é relevante não só pelo viés jornalístico mas por refletir fielmente o retrato do Brasil real.
É amargurante, angustiante e estarrecedor saber que um concurso público da Prefeitura do Rio de Janeiro para a seleção de 1.400 garis, e um salário de R$ 486,10, já atraiu mais de 109 mil inscritos, dos quais 3.180 com curso superior incompleto, 1.026 com nível superior completo, 22 com mestrado e 45 com doutorado.
Que ensinamentos são proporcionados em nossas instituições de ensino? Que formação acadêmica os estudantes acumulam na conclusão dos cursos? Quais os critérios que prevalecem para a concessão de diplomas e títulos? E os orientadores dos cursos de mestrados e doutorados são rigorosos ou lenientes? Como entender, então, que os graduados postulantes a emprego de gari ainda não conseguiram ingressar em uma empresa privada ou ser admitido, por concurso, num emprego público mais condizente com o seu currículo?"

JUNIOS PAES LEME (Santos, SP)

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Imagens da violência

"Concordo com os comentários desgostosos e chocados expressos pelos leitores quanto à publicação da foto de um morador assassinado no Rio de Janeiro (Primeira Página, 21/10). Sim, um morador do Rio, antes de um 'cadáver' ou um 'corpo'. Um morador assassinado, cuja morte e as circunstâncias em que foi encontrado talvez tivessem servido à Folha como mote para alguma chamada para reportagens sobre a recente onda de conflitos.
Surpreendentemente, porém, descobri que era apenas sensacionalismo do mais baixo, já que, além de não possuir qualquer chamada que a explicasse, a foto do assassinado ainda era ladeada por notícias aleatórias e que desviavam nossa preocupação."

LUIZ GUSTAVO DA CUNHA DE SOUZA (Campinas, SP)

*

"Foram publicadas cartas de leitores estarrecidos com a foto publicada na Primeira Página da Folha de 21/10. Causou-me estranhamento que o que provocou incômodo foi a foto, e não o fato em si. Penso que há momentos em que a função do jornalismo é também incomodar os acomodados. Até porque, esse corpo de um jovem morto, largado dentro de um carrinho de supermercado, sob os olhares de pobres jovens pobres (que devem estar ali antevendo, temendo seu futuro), deveria acordar tanto esses governantes embriagados pelo poder e pela vaidade assim como os cidadãos que precisam cobrar a responsabilidade das autoridades estaduais, municipais e federais. Todos são responsáveis.
De que vale sediar uma Copa e Jogos Olímpicos se a vida não vale nada?"

GRAÇA SETTE (Belo Horizonte, MG)

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Culpados

"Tenho ouvido muitos formadores de opinião comentando sobre o problema do tráfico de drogas, do desmatamento ilegal e do roubo de carros. Salvo raras exceções, todos se envolvem em devaneios improdutivos ou acusações ao governo. Nenhum deles observa --não consigo entender por que-- que o grande combustível para o tráfico são os filhos da classe média e alta que consomem e tem condições financeiras para trazer lucro aos traficantes.
Nenhum dos prepostos da burguesia tem a capacidade intelectual de notar que, se acontece o desmatamento, é porque pessoas compram a madeira, a carne e a soja, produtos do desmatamento. Chega de hipocrisia, de imprensa inútil e de tapar o sol com a peneira! Os culpados da violência causada pelas drogas são, em sua maioria, burgueses. Os culpados são os consumidores da madeira obtida a custa do desmatamento ilegal."

SIDNEY SAMUEL GRUDTNER (Brasília, DF)

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Poesia

"Gilberto Dimenstein ('Poesia nos trilhos', Cotidiano, 21/10), um partidário da democratização da leitura, noticiou como Carlos Figueiredo e Antônio Petikov começaram a inscrever a poesia luso-brasileira nas galerias do metrô. Poesia para o povo, o sonho de Mario de Andrade e Mayakoswsy.
O metrô merece o elogio. 'Poesia no Metrô' participa de um projeto do Instituto Brasil Leitor com 80 mil inscritos em suas bibliotecas gratuitas e mais de 800 mil livros retirados; encontrei em um vagão uma adolescente lendo 'Assim Falou Zaratustra'.
Merecem elogios, também, as empresas patrocinadoras e o Ministério da Cultura que, através da lei Rouanet, vem apoiando o projeto há anos. Um dos objetivos dessa lei, pela qual tanto batalhou o povo da cultura, é democratizar a cultura.
Figueiredo e Petikov trouxeram para as paredes do metrô uma das mais poderosas centelhas de incentivo à leitura popular: a tradição poética de nossa língua."

OTTAVIANO DE FIORE, professor de teoria política e ex-secretário nacional da Leitura (São Paulo, SP)

 
 

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