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30/05/2010 - 02h30

Irã, Bolívia, turistas, USP

da Folha.com

Brasil e Irã

Foram previsíveis as reações adversas ao acordo Brasil-Irã.
Desde a contrariedade de Hillary Clinton, se opondo ao acordo previamente delineado por Barack Obama, até os eternos ataques midiáticos de Israel, intolerante a qualquer iniciativa de paz.
Samuel Feldberg, na Folha de S.Paulo, e Thomas L. Friedman, do "New York Times", representando a comunidade judaica internacional, expelem sua ira com argumentos falaciosos.

OTTFRIED KELBERT (Capão Bonito, SP)

*

Seria cômico, se não fosse ridículo, o artigo de Thomas L. Friedman ('Ao dar legitimidade a Ahmadinejad, Lula envergonha o Brasil').
O colunista do "New York Times" critica o presidente brasileiro por sua participação no acordo nuclear Brasil-Turquia-Irã, assinado dia 17. Afirma que nada é mais feio do que "democratas traindo outros democratas" e que, "se Brasil e Turquia tivessem de fato persuadido os iranianos a encerrar todo o seu suspeito programa nuclear, os EUA o teriam endossado".
Ora, matéria assinada por Clóvis Rossi na mesma Folha de 26/5 mostra que aquele acordo seguiu, "ponto a ponto, todas as solicitações que o presidente Barack Obama havia exposto em carta a seu colega Luiz Inácio Lula da Silva, datada de 20 de abril".
Ficam, então, algumas perguntas. Se Lula, no acordo assinado, seguiu proposta formulada por Obama, estaria o jornalista estadunidense disposto a aplicar ao presidente de seu próprio país uma frase, presente em seu artigo, segundo a qual "mais feio que isso é impossível"? Não estaria Obama na posição de "um democrata traindo outros democratas"? Não traiu pelo menos a si mesmo, por apresentar uma proposta que, quando concretizada, recebe a mais veemente crítica belicista de seu governo? Não deveria vir a público explicar sua mudança de posição?
Não tenho simpatia pelo regime iraniano (como igualmente não simpatizo com regimes sanguinários apoiados hipocritamente pelos Estados Unidos, como o da Arábia Saudita). Também não sou lulista nem petista. Mas parece-me óbvio que, para resolver problemas internacionais, a diplomacia é preferível à tradicional, belicista e intervencionista política externa dos EUA. Essa, sim, é muito feia!

IZILDO CORRÊA LEITE, professor de sociologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Vitória, ES)

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Ao ler a carta que o presidente Obama enviou ao presidente Lula em abril sobre o acordo com o Irã e as declarações da secretária de Estado Hillary Clinton ('Hillary vê discordância séria com o Brasil'), tem-se a impressão de que o presidente americano diz "faça o que eu peço, desde que a Hillary concorde". Parece que temos claro quem, de fato, está comandando os Estados Unidos.

BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP)

*

As notícias sobre a carta enviada por Barack Obama ao presidente Lula, com sugestões antecedendo as negociações com o Irã, mostra um quadro que alguns especialistas insistem em distorcer. E, para completar, o candidato de oposição no Brasil faz pronunciamento tendencioso em relação ao presidente Evo Morales da Bolívia.
É a somatória de criticas que são feitas por alguns especialistas brasileiros e de outros países que mostram não aceitar a posição do presidente do Brasil no cenário internacional.
Nos dois casos, são omitidas duas situações que alterariam o quadro, ou seja, o fato de Israel como aliado dos Estados Unidos contar com um arsenal nuclear, uma verdadeira ameaça à paz no Oriente Médio. E o posicionamento do governo colombiano Álvaro Uribe, aliado dos americanos e que é um país considerado o maior produtor e "exportador" de cocaína para os Estados Unidos. São duas questões que deveriam merecer uma atenção especial e não serem usadas para embasar as tentativas de diminuir o mérito e posicionamentos do governante brasileiro.

URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)

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Serra e Bolívia

Muito infeliz a declaração de Serra sobre a cumplicidade do governo boliviano com o tráfico de cocaína. Por acaso, Evo Morales, por quem não tenho nenhuma simpatia, é o responsável pela fiscalização das fronteiras brasileiras? Raciocinando assim poderíamos afirmar que Serra "dá mole" para a cocaína que entra em São Paulo, é cúmplice do tráfico.
Cadê a fiscalização que é de responsabilidade do governo do Estado?

FABIANA TAMBELLINI (São Paulo, SP)

*

Ao menos o senhor Serra disse algo que nossos governantes não querem admitir em nome da política de boa vizinhança.
Países como Paraguai e Bolívia não combatem seus males e se aproveitam disto para deixar que as coisas aconteçam em nosso país.
De que modo combater o consumo de drogas, sobretudo do crack que está destruindo nossa sociedade, senão erradicá-lo na sua origem, que bem sabemos estão aqui do nosso lado?

WANDYR J. NASCIMENTO (Rio Claro, SP)

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Turistas

O leitor e "boulanger" Olivier Anquier ("Centro de São Paulo", "Painel do Leitor", 28/5) tem toda razão quando diz que o verdadeiro cartão postal da cidade é o centro.
Os turistas que virão a São Paulo assistir aos jogos da Copa, ao andar pela praça da Sé e imediações, sentirão todo o clima nostálgico provocado pelas belíssimas edificações antigas, estas sim o verdadeiro patrimônio histórico de nossa cidade. Só ficarão sem entender o que significa aquela grande estátua de bronze, encravada na praça da Sé, bem em frente ao marco zero da cidade. Em vez de saber que ela representa o apóstolo Paulo, encontrarão em relevo, bem grande, os dizeres Mapfre Vera Cruz Seguros, firma que patrocinou o bronze. "Afinal, quem é esse Mapfre"?, se perguntarão.

GILBERTO ASSAD (São Paulo, SP)

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Direito da USP

Concordo com os alunos e professores da Faculdade de Direito da USP em lutarem para que não sejam dadas às salas de aula nomes de ex-alunos que se tornaram profissionais de sucesso e contribuíram financeiramente para reformas das referidas salas.
Têm direito a terem seus nomes perpetuados na instituição somente os professores que formaram estes grandes advogados, promotores e juízes.
Os ex-alunos que quisessem poderiam ajudar a cuidar do patrimônio onde se formaram, lembrando apenas do seguinte ditado que diz: "Dar não é tirar de si, mas, sim, receber como recompensa a alegria de quem ganha".

ANA ROSA BELLODI (Jaboticabal, SP)

 
 

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