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Inflação oficial no 1º trimestre é a menor em 12 anos, diz IBGE
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LUCAS VETTORAZZO
DO RIO
Atualizado às 10h30.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou inflação de 0,21% em março, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (5). A taxa é inferior à verificada em fevereiro passado (0,45%), completando o segundo mês seguido de queda do indicador.
Em março de 2011, o índice havia sido de 0,79%, valor 0,51 ponto percentual maior que o verificado no terceiro mês deste ano.
Energia passa a subir menos que a inflação
No acumulado do ano, o índice oficial de inflação do país atingiu 1,22%, metade do verificado no primeiro trimestre do ano passado, quando a taxa foi de 2,44%. No acumulado em 12 meses, a taxa atingiu 5,24%, abaixo do teto da meta do governo de 6,5% para este ano.
O IPCA de março é o menor desde julho de 2011, quando ficou em 0,16%. No acumulado de 12 meses, o índice registrou sua variação mais baixa desde de outubro de 2010, quando foi de 5,20%. A taxa para o primeiro trimestre é também a menor para o período desde 2000 (0,97%).
O índice oficial de inflação desacelerou de fevereiro para março em razão da queda no grupo de educação, que registrou variação de 0,54% em março, contra avanço de 5,62% um mês antes.
A educação caiu por conta da questão sazonal de início de ano. As taxas de matrícula, reajustadas ano a ano, contribuem significativamente para o aumento da inflação no grupo. Ao final de fevereiro, essas taxas deixam de ser cobradas.
"A redução do IPCA se deve principalmente ao menor impacto da educação. Alguns serviços importantes tiveram variações menores, como habitação e despesas pessoais", afirmou a gerente de Coordenação dos Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
À exceção dos grupos alimentação e transportes, que subiram na comparação mensal, a maior parte dos demais grupos apurados pelo IBGE registrou queda e parte, deflação. Os grupos com deflação foram comunicação (-0,36%), artigos de residência (-0,40) e vestuário (-0,61%).
Comunicação teve impacto da queda das tarifas telefônicas nas ligações de telefones fixos para móveis. Artigos de residência caíram por conta do gasto menor com eletrodomésticos, que tiveram seus preços baixados por conta da redução do IPI para a linha branca, promovida pelo governo.
Já vestuário, os preços de roupas foram impactados pelo aumento da importação de produtos chineses, que pressionam o valor dos produtos nacionais.
Sem apresentar deflação, mas com quedas consideradas importantes pelo IBGE, os grupos habitação e despesas pessoas caíram por conta de redução de preços de aluguéis e com empregadas domésticas, respectivamente.
Os aluguéis saíram de uma variação de 1,19% em fevereiro e atingiram 0,45% em março. O custo com empregadas domésticas saiu de uma variação de 1,78% em fevereiro para 1,38% em março.
ALTAS
O grupo alimentação, que vinha apresentando queda desde de dezembro, subiu de 0,19% em fevereiro para 0,25% em março. Eulina explicou que a alta é pontual e ocorreu mais por conta das festas de Páscoa, quando as pessoas consomem mais peixes, frutas e ovos.
Transportes foi o segundo grupo que apresentou alta, saindo de deflação de 0,33% para inflação de 0,16%. O motivo para isso, explicou Eulina, foi que o etanol tem apresentado leve aumento de preço, por conta da entressafra, quando se tem uma menor oferta do produto.
O álcool, por sua vez, pressiona o preço da gasolina. Eulina afirmou que a greve de caminhoneiros em São Paulo, no início do mês, não teve impacto na inflação dos transportes. Os preços das passagens aéreas, que apresentaram queda em fevereiro, voltaram a se recuperar.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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