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09/04/2012 - 15h58

PT vai tentar instalar CPI no Senado para investigar caso Cachoeira

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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

O PT vai tentar instalar CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no esquema de exploração de jogo ilegal no país desmontado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Como o STF (Supremo Tribunal Federal) negou a um grupo de senadores acesso à íntegra do inquérito da Polícia Federal, o senador Walter Pinheiro (PT-BA), líder do PT na Casa, deu início à coleta de assinaturas para instalar a CPI.

O petista argumenta que, sem o inquérito, ficam prejudicadas as investigações do Conselho de Ética sobre o envolvimento de Demóstenes com o empresário Carlos Cachoeira, acusado de explorar jogo ilegal.

A pedido de um grupo de senadores, entre eles Pinheiro, o Senado havia solicitado ao Supremo a íntegra do inquérito --que estava inicialmente nas mãos da Procuradoria Geral da República.

Segundo o senador Vital do Rego (PMDB-PB), corregedor do Senado, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, negou o pedido para o envio do inquérito ao argumentar que somente uma CPI poderia ter acesso ao seu conteúdo --por estar em segredo de Justiça.

"Um requerimento de informações ao Supremo, via Procuradoria Geral da República, não pode ser respondido porque, segundo o ministro, a matéria está em segredo de Justiça. Somente uma CPI pode receber essas informações", disse Vital.

As gravações interceptadas pela Polícia Federal que flagraram conversas entre Demóstenes e Cachoeira seriam, na opinião do petista, o instrumento necessário para o Senado investigar se o ex-líder do DEM deve perder o mandato. O Conselho de Ética não tem poderes de investigação como uma CPI.

Para que a Comissão Parlamentar de Inquérito seja instalada, são necessárias assinaturas de 27 senadores. Na Câmara, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) também coleta assinaturas para tentar instalar CPI semelhante na Casa.

O PSOL encaminhou representação ao conselho para abrir processo contra Demóstenes por quebra de decoro parlamentar. O Conselho de Ética se reúne amanhã para escolher seu novo presidente, que será responsável por decidir se o colegiado abre ou não procedimento para investigar Demóstenes.

PRESIDÊNCIA

Vital do Rego havia sido convidado para ocupar a presidência do colegiado, mas pode ter que abrir mão da indicação: ele já é corregedor do Senado e tem como suas atribuições investigar senadores.

Por esse motivo, poderia ficar impedido de acumular o cargo com a presidência do conselho --já que cabe ao seu presidente decidir se abre ou não processo investigativo contra um parlamentar.

"Como corregedor, muitas vezes você tem que provocar o conselho de ética. E no conselho você tem que ser juiz da causa. A condição de corregedor inibe o papel de juiz", afirmou o senador.

O PMDB formalizou uma consulta à advocacia do Senado para questionar a possibilidade do acúmulo de funções. Mas trabalha com a alternativa de pedir para Vital do Rego se licenciar temporariamente da corregedoria para que o senador assuma a presidência do conselho. Outra hipótese é escolher um outro senador peemedebista para presidir o colegiado.

O partido não quer abrir mão da presidência do Conselho de Ética, mas encontra dificuldades para as indicações uma vez que nenhum dos integrantes da bancada manifestou a intenção de assumir a função.

O PT indicou o senador Wellington Dias (PT-PI) para assumir o cargo se o PMDB não encontrar ninguém na bancada disposto.

Sérgio Lima - 27.mar.12/Folhapress
Para assumir Conselho de Ética do Senado, Vital do Rego pode deixar Corregedoria da casa
Para assumir Conselho de Ética do Senado, Vital do Rego pode deixar Corregedoria da Casa

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