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11/04/2012 - 20h14

PF investiga ameaça a antropólogo em área de conflito no MS

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NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO

A Polícia Federal investiga a suspeita de agressão a um antropólogo em uma área de conflito por terras indígenas em Mato Grosso do Sul.

Tonico Benites, 39, é indígena de origem caiová e cursa doutorado em antropologia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Ele seguia de carro na última sexta-feira (6) com a mulher e crianças para uma aldeia próxima a Paranhos, cidade na fronteira com o Paraguai, quando um homem armado com dois revólveres cercou o veículo e o obrigou a descer.

Em seguida, de acordo com Benites, o homem pediu seus documentos, roubou seu dinheiro e disse que ele estava fazendo um "trabalho que não presta" e causando "desordem" na região. Caso não parasse, não ficaria vivo.

"Ele perguntava se eu queria ser jogado do lado de lá, no Paraguai, ou do lado de cá, no Brasil", relata o antropólogo, que estuda os conflitos de terra entre índios caiová e fazendeiros na região.

O caso foi divulgado em redes sociais por meio de uma carta de repúdio. Segundo Benites, lideranças indígenas já haviam alertado sobre possíveis ameaças. "Mas nunca tinham chegado a me cercar", diz.

A inclusão de Benites no programa do governo federal de proteção aos defensores de direitos humanos começou a ser discutida em dezembro de 2011, segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A secretaria diz que estuda uma medida de proteção provisória até que o cadastro seja concluído.

Após a divulgação da carta nas redes sociais, órgãos como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e o Ministério Público Federal também se manifestaram e dizem que vão acompanhar o processo.

Segundo o antropólogo, o homem usava um uniforme parecido com o da Polícia Ambiental e se identificou como membro da polícia do país vizinho.

A Folha tentou, sem sucesso, entrar em contato com a polícia de Ypejhu, no Paraguai, para comentar o caso.

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