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12/04/2012 - 07h58

Governo banca museu sobre greves de Lula

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BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), vão anunciar amanhã o início da construção de um museu que lembrará as greves de metalúrgicos comandadas pelo ex-presidente Lula no ABC.

As obras devem custar R$ 18 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 14,4 milhões do governo federal e R$ 3,6 milhões do município. O valor inclui apenas as despesas com instalações físicas.

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O anúncio será feito um dia antes do primeiro ato público de Lula após o desaparecimento do câncer na laringe, sábado, também em São Bernardo. Ele dividirá o palanque com Marinho, que tenta a reeleição, e Fernando Haddad, pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo.

O Museu do Trabalho e do Trabalhador será erguido num terreno de cerca de 10 mil m2 ao lado do Paço Municipal, um dos cenários das greves que antecederam a criação do partido.

Entre as principais atrações, está prevista uma sala que vai recriar, com recursos audiovisuais, o ambiente das reuniões a céu aberto lideradas pelo fundador do PT.

"Não é um museu do Lula, mas é evidente que ele terá uma presença muito forte. Queremos que o visitante se sinta como se estivesse dentro de uma assembleia de trabalhadores", diz Marinho.

Segundo o petista, a parte exterior do edifício deve ganhar uma coleção de ferramentas antigas. "Incluindo um torno similar ao que o Lula usava quando perdeu o dedo", anima-se Marinho.

O convênio com o Ministério da Cultura foi assinado em 2010, mas atrasou devido a problemas burocráticos e só agora começará a sair do papel, com um repasse inicial de R$ 1 milhão da União.

A obra começará pela demolição do prédio que abrigava o antigo mercado municipal da cidade, e poderá ser acompanhada pelo prefeito da janela de seu gabinete.

De acordo com aliados, Marinho, ex-ministro do Trabalho e da Previdência no governo Lula, quer usar o museu como símbolo de sua gestão como prefeito.

Ele é cotado para disputar o governo de São Paulo em 2014, mas afirma não ter intenção de concorrer.

O petista quer recorrer à Lei Rouanet, mecanismo de renúncia fiscal do Ministério da Cultura, para bancar os gastos com o interior do museu. "Isso pode ser mais caro ou mais barato que o prédio. Ainda não sabemos", diz.

MEMORIAL

O projeto do ABC deve ser o segundo museu com referências à trajetória de Lula construído simultaneamente na região metropolitana.

Ontem, vereadores do PSDB paulistano voltaram a adiar a votação do projeto que autoriza a cessão ao Instituto Lula de um terreno oferecido pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para o Memorial da Democracia, na região da cracolândia.

O líder tucano Floriano Pesaro tenta convencer os colegas a realizar audiências públicas sobre o tema, numa tentativa de adiar o começo das obras.

O memorial receberá o acervo de Lula na Presidência e, segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, ainda não tem orçamento definido.

"Só os estudos devem custar alguns milhões. O total pode chegar a R$ 40 milhões, R$ 60 milhões. Temos que fazer os projetos antes."

Ele disse que pretende obter financiamento privado, mas não descartou a possibilidade de firmar convênios com o poder público.

Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress

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