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20/04/2012 - 12h10

Cunha Lima diz que não limitará atuação por condenações passadas

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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Escalado pela oposição para integrar a CPI do caso Cachoeira, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) nega que tenha pendências na Justiça Eleitoral que possam classificá-lo de "ficha suja". O senador, que ficou inelegível por três anos e teve o mandato de governador cassado, disse que não vai limitar sua atuação no Legislativo por condenações passadas.

"Não acho correto continuar sendo tratado como 'ficha-suja'. Não é porque sofri condenação que já foi cumprida que vou limitar minha atuação no Senado. Eu não posso ser um meio senador", afirmou à Folha.

Lima assumiu o mandato no Senado em novembro do ano passado depois que o ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), acatou recurso do parlamentar. Mais votado para o Senado na Paraíba, ele teve sua candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa.

Em 2009, o tribunal eleitoral cassou o mandato de Cunha Lima, então governador do Estado, por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006.

Em sua decisão, Barbosa lembrou que o plenário do STF decidiu que a Lei da Ficha Limpa não vale para as eleições de 2010 --o que permitiu a Cunha Lima retornar ao Senado.

Apesar da decisão do tribunal, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chegou a emitir parecer que defendia o indeferimento da candidatura do ex-governador.

As indicações para a CPI vão ser formalizadas até terça-feira. Somente depois disso a comissão será formalmente instalada e poderá dar início às investigações.

Os partidos já indicaram 25 dos 32 integrantes da comissão, mas pode haver mudanças, porque o governo tem procurado selecionar parlamentares mais afinados.

A CPI deverá ter entre seus 32 integrantes 17 deputados e senadores com pendências na Justiça. Entre os indicados estão os senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), que respondem na Justiça respectivamente por corrupção ativa e passiva e crime de responsabilidade fiscal.

Afastado da Presidência da República por corrupção em 1992 e mais tarde absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Collor voltou a enfrentar problemas na Justiça depois de voltar à política e se eleger governador de Alagoas.

Jucá é alvo de inquéritos no Supremo sob acusação de crime fiscal e de responsabilidade, entre outros. Em 2005, ele deixou o Ministério da Previdência em meio a acusações de irregularidades em empréstimos concedidos a uma antiga empresa sua.

A CPI vai investigar a ligação de Cachoeira com políticos e empresas privadas --entre elas a Delta, que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007.

Entre as prioridades dos futuros membros da comissão, estão as convocações de Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), suspeito de usar o mandato para favorecer negócios do empresário.

 

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