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Convocação de Gurgel é equivocada, diz chefe da Promotoria paulista
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NÁDIA GUERLENDA
DE SÃO PAULO
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, 49 anos, chefe do Ministério Público estadual, disse nessa sexta-feira (11) que a eventual convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pela CPI do Cachoeira, é "equivocada".
"Não é uma interferência de poder, mas é uma decisão equivocada sobre o papel do procurador-geral. É muito comum, nas grandes questões processuais, estratégias de defesa que visam desqualificar sobretudo aquele que promove a Justiça. Quanto maior a repercussão do caso, maior a chance de esse expediente acontecer", afirmou.
Rosa, que falou do caso após cerimônia que o empossou no cargo, afirmou ainda que a presença de Gurgel na CPI é "desnecessária", já que caso ele preste depoimento estará impedido de atuar no processo posterior.
Deputados governistas têm defendido a convocação de Gurgel para que ele explique a razão de não ter solicitado novas investigações após receber o relatório da Operação Vegas, em 2009.
Gurgel alega que as informações somente passaram a ficar consistentes para iniciar o inquérito quando se juntaram ao material da Operação Monte Carlo. Ele disse anteontem que sua estratégia se mostrou bem sucedida, pois se tivesse feito algo em 2009, as investigações não teriam se aprofundado e Cachoeira poderia não ter sido preso.
INVESTIGAÇÃO
O procurador paulista criticou ainda "as tentativas de enfraquecer" o poder investigatório do Ministério Público, especialmente a chamada "PEC (Projeto de Emenda Constitucional) da impunidade", que tramita na Câmara dos Deputados.
De acordo com a proposta, os poderes de investigação criminal deixariam de pertencer ao Ministério Público e passariam a ser exclusivos da Polícia Civil ou da Polícia Federal.
Em entrevista à Folha, Rosa afirmou que combater a PEC seria prioridade na sua gestão, que vai até 2014.
"A proposta não só é inconstitucional como também é uma desnecessidade absoluta para o direito brasileiro. O que precisa é um aperfeiçoamento da investigação, não um abrandamento dessa investigação", afirmou.
Estiveram presentes no evento de posse o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB), que elogiou os escolhidos para compor a Comissão da Verdade.
"São pessoas muito capazes de levar adiante essa importantíssima tarefa com muita sobriedade. Tenho certeza que o farão seu trabalho com vistas à pacificação nacional", afirmou Temer.
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