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19/06/2012 - 16h10

Justiça aceita denúncia contra nove acusados por caso 'aloprados'

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RODRIGO VARGAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CUIABÁ

O Ministério Público Federal de Mato Grosso denunciou nove pessoas sob acusação de envolvimento no caso do dossiê negociado em 2006 por petistas contra o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra.

Entre os denunciados, estão os "aloprados" Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso, Osvaldo Bargas e Gedimar Pereira Passos, que trabalhavam na campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Constam ainda da denúncia os nomes de Hamilton Lacerda, ex-braço direito do hoje ministro Aloizio Mercadante (Educação) e do empresário Valdebran Padilha, que em 2004 atuou como arrecadador da campanha petista à prefeitura de Cuiabá.

A denúncia, apresentada à Justiça Federal no dia 14 e aceita no dia seguinte, atribui ao grupo os crimes de formação de quadrilha, contra o sistema financeiro, de lavagem de dinheiro e declaração de informação falsa em contratos de câmbio. Não foi provado o crime eleitoral.

Os outros três denunciados são os empresários Fernando Manoel Ribas Soares e Sirley Silva Chaves, além de Levy Luiz da Silva Filho (cunhado de Sirley). Fernando e Sirley são sócios na Vicatur, empresa de turismo suspeita de ser a origem de parte dos R$ 1,7 milhão que seriam utilizados na compra do dossiê.

Os três responderão a acusação de fraude em operação de câmbio.

A trama do dossiê foi desmontada na noite de 15 de setembro de 2006, quando a Polícia Federal prendeu Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos, então assessor da campanha de Lula, com um total de R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil.

Até hoje, a origem da maior parte do dinheiro permanece desconhecida.

Segundo a denúncia encaminhada à Justiça Federal, o objetivo do encontro no hotel seria "arrematar as negociações" por um pacote que incluía um vídeo e uma série de documentos que supostamente comprometeriam o candidato tucano com a máfia das ambulâncias, do escândalo conhecido como sanguessugas.

O termo "aloprados" foi cunhado pelo próprio Lula para designar os petistas envolvidos no episódio, que repercutiu negativamente em sua campanha e, para muitos, foi decisiva para que houvesse um segundo turno.

No inquérito conduzido da PF, Mercadante e seu tesoureiro da campanha, José Giácomo Baccarin, chegaram a ser indiciados por crime eleitoral.

A polícia suspeitava que o dinheiro para pagar o dossiê teria vindo de um suposto caixa dois. O indiciamento foi depois revogado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A Procuradoria, na denúncia, diz que os laudos de exame financeiro "não demonstraram que os recursos provieram de campanha eleitoral".

"Não se pode afirmar, como pretende a autoridade policial, que o numerário apreendido era destinado para pagamento de material que seria utilizado na campanha. Tal afirmação não passa de presunções", diz, em um trecho.

A atuação dos seis principais denunciados, segundo a Procuradoria, "tinha por fim a desestabilização da campanha eleitoral de 2006 ao governo do Estado de São Paulo, através da criação de vínculo entre o candidato do PSDB à máfia dos sanguessugas".

Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com os denunciados ou seus representantes.

 

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