'Falta povo ao PSD', diz presidente do TSE

A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, afirmou na manhã desta sexta-feira (29) que "falta povo" ao PSD. Ela votou contrariamente ao pedido da nova sigla de receber mais tempo de televisão, mas, como o julgamento já estava definido desde ontem, a ministra a acabou ficando vencida.

"O Dr. Admar [Gonzaga, advogado do PSD] falou da tribuna que o partido por ele representado, tem deputados, governadores, tem senadores, o que faz muita diferença. E faz mesmo. E ele pergunta: e o que faltaria a esse partido? Eu diria que aos partidos novos falta povo. Eu não conheço democracia sem povo", disse a ministra, que não votou ontem, por estar em viagem oficial representando o TSE. "E como é que o povo se manifesta? Basicamente na hora que vota. Democracia faz com o povo."

A ministra se disse ter medo do que chamou de um sistema partidário "tsunami". "O candidato, na hora que entra, entra mansamente. Na hora que sai, sai carregando tudo e deixando terra arrasada, o que é grave, porque ele é eleito com a estrutura do partido e ai ele não pode, depois que sai, fazer de conta que nada aconteceu e que ele esta ali por condições próprias."

Em um voto duro, Cármen Lúcia também argumentou que existem "situações paradoxais" no Brasil, onde "todo mundo é a favor da República, desde que seja para o outro".

"Todo mundo é a favor de concurso público, desde que seja para o outro. Todo mundo é a favor de licitação, mas quer inexigibilidade de licitação. Todo mundo é a favor de eleição, mas quer contar com eleitos que o foram por outro partido."