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30/06/2012 - 10h38

Perillo declarou à Receita ter recebido empréstimos no valor de R$ 1,42 mi

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ANDREZA MATAIS
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), declarou à Receita Federal ter recebido empréstimos no valor de R$ 1,42 milhão de dois assessores de confiança, mas não adquiriu nenhum bem, na época, que justificasse as transações.

Os dados estão nas declarações do IR de Perillo, entregues à CPI do Cachoeira pela Receita.

O grosso dos empréstimos (R$ 1,27 milhão) foi contraído entre 2007 e 2008 junto a duas empresas pertencentes ao secretário de Planejamento de seu governo, Giuseppe Vecci, de quem se disse amigo há mais de 25 anos. Na época, Perillo era senador.

Passados mais de quatro anos desses empréstimos, nenhum centavo foi pago.

"O governador não teve como pagá-los", informou sua assessoria em nota.

No ano passado, já governador, Perillo tomou emprestado R$ 150 mil de seu assessor especial Lúcio Fiuza.

Áudios interceptados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo indicam que Fiuza recebeu R$ 600 mil na negociação que resultou na venda da casa de Perillo, em julho de 2012. As conversas não esclarecem a destinação desse dinheiro.

Fiuza nega ter recebido o dinheiro. Convocado pela CPI, ele permaneceu calado.

O governador disse que não comentaria a razão dos empréstimos obtidos junto a assessores nem explicou em que os aplicou.

A CPI do Cachoeira vai investigar se os empréstimos foram simulados.

Os dados fiscais também revelam que o governador retificou sua declaração de renda do ano-calendário 2011, em maio deste ano, quando a CPI já estava em curso. É a primeira vez que ele corrige uma declaração desde 2005.

Perillo não havia respondido, até o fechamento desta edição, qual foi a alteração feita em relação à declaração original.

Foi em 2011 que Perillo vendeu sua casa, objeto de investigação da CPI. O imóvel, na declaração retificada, tem como comprador a empresa Mestra Administração, que estava inativa e que tem como administrador o empresário Walter Santiago.

No entanto, os cheques creditados na conta do governador pelo pagamento de R$ 1,4 milhão relativos à venda da casa são de uma empresa de parentes do empresário Carlinhos Cachoeira.

Perillo tem negado a realização de qualquer negócio com Cachoeira, preso desde fevereiro sob a acusação de corrupção.

A Folha deixou recado no celular de Giuseppe Vecci, mas não obteve retorno. Lúcio Fiuza não foi localizado.

 

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