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13/08/2012 - 18h36

Defesa de ex-deputado diz que que dinheiro recebido foi doação eleitoral

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DE BRASÍLIA

A defesa do ex-deputado federal Romeu Queiroz afirmou nesta segunda-feira (13), durante o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), que o dinheiro recebido pelo parlamentar "tinha aparência de origem sadia".

O advogado Ronaldo Garcia Dias foi o quarto a falar no tribunal hoje, em mais um dia em que os ministro do Supremo ouvem a defesa dos réus. A previsão é que esta fase do julgamento termine na quarta-feira (15), quando a defesa dos 38 réus terá sido apresentada.

O ex-deputado federal do PTB é acusado pelo Ministério Público de receber R$102 mil da Usiminas, repassados pela SMP&B, agência de publicidade de Marcos Valério, durante a campanha de 2004.

Queiroz foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foi absolvido no processo de cassação na Câmara em 2005 e trocou o PTB pelo PSB. Hoje é suplente de deputado estadual.

O advogado criticou o procurador por relacionar verbas das agências de publicidade de Valério com o mensalão. "Como se isso contaminasse o dinheiro", disse.

O advogado afirmou que seu cliente recebeu recursos em nome do PTB e que não havia indícios de que a origem era irregular.

"Ninguém disse para Queiroz que o dinheiro estava vindo dos subterrâneos, da ilicitude. No mínimo, [o dinheiro] tinha aparência de origem sadia. Nessa época, o PT não era conhecido como o PT de hoje. Não pairava duvidas", disse.

Segundo a defesa, o repasse foi feito da Usiminas para a SMP&B, agência de publicidade de Marcos Valério, que pretendia evitar uma relação direta com candidatos das eleições municipais de 2004.

"Desde o oferecimento da denúncia, já sabia que o dinheiro era da Usiminas, uma das maiores empresas privadas que disponibilizou recursos para eleições municipais de 2004. Até para fazer justiça, [a Usiminas] não quis fazer a doação direta aos candidatos. Doar para candidato especificamente é se comprometer com ele", disse.

E completou: "Não diga que esse valor de R$ 102 mil tenha vindo dessa origem. Foi um rito de passagem que a Usiminas encontrou para fazer essa contribuição", disse.

A defesa questionou alegação da Procuradoria-Geral da República que todas as movimentações financeiras do mensalão foram em espécie. Ele disse que, neste caso, o dinheiro do PTB foi registrado em transferências bancárias. "Se houve o mensalão, houve o inverso, porque o senhor Romeu Queiroz teve que tirar dinheiro do próprio bolso só para pagar taxas bancárias."

Dias disse ainda que o ex-deputado seguiu orientação do PTB para votar a favor da reforma da Previdência, apontada pelo Ministério Público Federal como uma das provas de que houve relação entre o pagamento de políticos e as votações.

"É romântico pensar que um deputado na estrutura atual tenha vontade de votar segundo seu livre arbítrio. Isso fica no plano teórico. Sabemos que um líder orienta a votação", disse.

Ele ironizou a postura do procurador-geral, Roberto Gurgel, que tem sido atacado pelas defesas dos réus.

"O senhor está impávido, ouvindo os advogados dizerem que o senhor está errado."

O advogado afirmou que a denúncia do Ministério Público Federal teve um pouco de maldade.

 

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