Justiça nega liminar para barrar que Lacerda use Dilma na TV

A Justiça Eleitoral em Belo Horizonte negou liminar que tentava proibir que a campanha do prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, use imagens da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua propaganda eleitoral.

O pedido havia sido feito em uma ação cautelar movida pela coligação do ex-ministro Patrus Ananias, candidato do PT à prefeitura.

Dilma e Lula são os principais cabos eleitorais do petista e, por isso, o PT teme que Lacerda --de quem o PT era aliado até o último dia 30 de junho-- use imagens e declarações de ambos na campanha.

O juiz Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Júnior ainda vai analisar o mérito da decisão, mas argumentou não haver um caso concreto a ser analisado.

O PT tenta agir, preventivamente, contra o uso na propaganda eleitoral no rádio e na TV de vídeos em que Dilma faz elogios ao prefeito durante visita dela a BH.

Há suspeita de uma intenção, não assumida pela campanha de Lacerda, de usar na propaganda eleitoral dois vídeos em que a presidente chama o prefeito de amigo e o cita como "um dos melhores prefeitos de capitais" do país.

'AMOR E ÓDIO'

Ao ser questionado nesta sexta-feira (17) sobre o assunto, Patrus Ananias comparou essa situação a uma representação contra Alexandre Padilha, apresentada por aliados do prefeito, apontando que o ministro da Saúde teria infringido a lei eleitoral ao dar declarações que beneficiariam o petista em detrimento de Lacerda.

"Eu já disse que é uma relação esquizofrênica que eles têm contra a presidente. De um lado, entram com processo contra ministro e, do outro lado, querem usar a imagem da presidente. Essa é uma questão que eles têm que resolver, essa relação de amor e ódio com a presidente da República e o seu governo."

A Folha apurou que os vídeos em que Dilma elogia Lacerda só serão usados em caso extremo, se a candidatura do prefeito estiver ameaçada por causa de um suposto apoio excessivo da presidente e de Lula à campanha do PT em BH. Por ora, o uso está fora de cogitação.