Vídeo mostra governador do MS em suposta coação eleitoral a servidores

Um vídeo divulgado nesta terça-feira (21) na internet mostra o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), supostamente coagindo servidores públicos a votar em candidatos de seu partido em Campo Grande.

Puccinelli faz chamada dos presentes na reunião, que respondem individualmente com o nome do prefeito e do vereador escolhidos.

Para prefeito, todos citam Edson Giroto, candidato da mesma sigla do governador.

Em um trecho, uma das pessoas diz o nome do candidato a vereador Edil Albuquerque, também do PMDB. "Nós vamos por para votar para a Carla aqui, está bom? Agora mudou, está bom?", questiona o governador.

"Tudo bem", responde o homem. Carla Stephanini disputa cadeira na Câmara Municipal pelo PMDB.

Veja vídeo

No vídeo, uma suposta servidora comenta que quem faltasse à reunião seria exonerado.

Candidatos de oposição se juntaram para criticar o governador e prometeram entrar com representação contra ele e Giroto no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e na Justiça Eleitoral do Estado.

Em documento, Vander Loubet (PT) e Reinaldo Azambuja (PSDB) dizem que funcionários públicos foram coagidos e que Puccinelli violou o sigilo do voto previsto na Constituição.

OUTRO LADO

Sem descartar a presença de servidores, a assessoria do governador disse que a reunião ocorreu neste mês na sede do PMDB com a militância do partido durante a noite, portanto fora do horário de expediente.

Declarou ainda que ninguém foi pressionado a participar e que o vídeo foi "manipulado". Sobre o pedido para um dos presentes mudar de candidato, a assessoria afirmou que se tratava de uma brincadeira.

O PMDB de Campo Grande diz que a edição do vídeo "é uma prova clara da tentativa de desmoralização" da campanha e que Puccinelli estava no local como militante partidário, e não como governador.