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01/09/2012 - 06h30

João Paulo mantém apadrinhados em órgão da Agricultura

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JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO

Condenado no processo do mensalão e alijado da disputa pela Prefeitura de Osasco, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) mantém uma lista de apadrinhados na Ceagesp, empresa ligada ao Ministério da Agricultura.

A influência de João Paulo na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo) vem desde o início do governo Lula. Foi quando o deputado conseguiu colocar na presidência o aliado Valmir Prascidelli, que agora vai disputar o cargo de vice-prefeito de Osasco na chapa do PT.

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Entre os indicados para cargos de confiança está Ana Lucia Cunha Pucharelli, irmã do deputado, que comanda a área de recursos humanos e, assim, o controle das nomeações. Ganha R$ 14 mil.

Apu Gomes/Folhapress
João Paulo Cunha (PT) ao deixar o Sindicato do Comércio Varejista de Osasco e Região ontem
João Paulo Cunha (PT) ao deixar o Sindicato do Comércio Varejista de Osasco e Região ontem

Com salário de R$ 13,5 mil, Angelo Bolzan, que trabalhou e colaborou nas campanhas do deputado, é assessor na área de sustentabilidade.

Também estão na cota de João Paulo outros correligionários como Alessandra Figueiredo, que recebe R$ 3.580, José Pechtoll, com ganhos de R$ 15,4 mil, e Josmar Macedo, com R$ 6.200.

Do mesmo grupo político ainda faz parte Márcio de Abreu, que foi cunhado do prefeito de Osasco, Emídio de Souza (PT). É assessor da presidência e recebe R$ 7.153.

Em abril, o Ministério Público estadual abriu inquérito para investigar a legalidade das nomeações.

A Ceagesp vem sendo feudo do PT há quase uma década. Por lá passou um irmão de Silvio Pereira, ex-secretário nacional da sigla, que saiu do partido depois da revelação de que havia ganhado um carro de luxo de empreiteira que atua na Petrobras.

A Ceagesp foi citada no caso dos "dólares na cueca'", quando em 2005 um assessor parlamentar foi preso pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas com R$ 200 mil em uma valise e US$ 100 mil presos ao corpo, na cueca. Ele trabalhava para o então deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente do PT, José Genoino. O assessor disse que os R$ 200 mil eram pagamento de verduras que havia vendido na Ceagesp.

Outro comissionado na empresa é Edison Ignacio de Silva, filho de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do ex-presidente Lula. Ele ganha R$ 15 mil pelo cargo de gerente do departamento de entrepostos do interior. Lula não quis comentar.

A Ceagesp nega que haja aparelhamento e afirma que a nomeação de funcionários comissionados "obedece aos critérios de competência, experiência e compromisso com a gestão da empresa, independentemente de quaisquer vínculos político-partidários". E que não há desobediência a requisitos legais.

A empresa, em nota, também defende que as pessoas listadas têm trajetórias profissionais que permitem que exerçam as funções.

João Paulo disse que não tem influência na Ceagesp e que sua irmã foi contratada graças à sua "excelente qualificação profissional".

 

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