Resultado de 2012 terá pouca influência sobre 2014, diz diretor-geral do Datafolha

Embora não faça previsões, o sociólogo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, disse na noite desta segunda-feira (29) que os resultados das eleições mostram o ex-presidente Lula como a pessoa mais influente aos olhos do eleitor.

Sobre a disputa presidencial de 2014, Paulino afirma que a questão econômica e a avaliação de Dilma Rousseff terão peso relevante. E diz não ver reflexos da eleição atual daqui a dois anos.

"A lógica do eleitor de 2014 é diferente da de 2012, em que predominam as questões locais. Os resultados deste ano terão pouca influência sobre as próximas eleições", afirmou.

Entrevistado no programa "Roda Viva", da TV Cultura, Paulino disse ainda que as pesquisas eleitorais no Brasil vão chegar ao estágio dos levantamentos nos Estados Unidos, em que os institutos usam o telefone e a internet para colher a opinião do público.

Paulino argumentou que esse cenário será possível com o avanço tecnológico e possíveis alterações na legislação.

Na atual campanha presidencial norte-americana, há cerca de 60 institutos que divulgam levantamentos eleitorais diariamente.

A legislação brasileira a respeito das pesquisas é muito mais rígida.

Para ser divulgado, um levantamento precisa, entre outras exigências, ter um registro em Tribunal Regional Eleitoral com cinco dias de antecedência.

Essa rigidez não implica somente desvantagens, afirmou Paulino. Segundo ele, a lei brasileira trouxe a vantagem de restringir a divulgação de pesquisas manipuladas ou sem embasamento.

O sociólogo também respondeu a críticas sofridas pelos institutos por resultados do primeiro turno que destoaram dos números das pesquisas concluídas na véspera da eleição.

Ele disse que pesquisa não é "previsão" e que os levantamento retratam um determinando momento, que se modifica até a eleição.