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Madeireiros ameaçam incendiar hotel de fiscais do Ibama no Pará
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DE MANAUS
No mesmo final de semana em que madeireiros atacaram a tiros índios e fiscais do Ibama em Nova Esperança do Piriá (PA), outro município da região também foi alvo de conflito envolvendo o combate à extração ilegal de madeira.
Os conflitos em Dom Eliseu, no sudeste do Estado, começaram na manhã de sábado (1º).
Dois caminhões apreendidos pelo Ibama com madeira ilegal foram retidos por cerca de 30 madeireiros nas imediações de uma ponte sobre o rio Bananal.
Segundo o Ibama, o grupo estava armado e reteve os fiscais por cerca de três horas.
No domingo (2), os madeireiros organizaram uma manifestação violenta no centro do município. Incendiaram pneus e ameaçaram tocar fogo ao hotel em que os agentes federais se hospedavam. Queriam a saída dos fiscais da região.
Uma reunião de cinco horas entre a coordenadora da operação do Ibama e lideranças locais encerrou o protesto. Os madeireiros, segundo o Ibama, se comprometeram a mudar procedimentos e a assinar um TAC (termo de ajustamento de conduta).
Iniciada em setembro, a operação Segurança Nacional combate o desmatamento e a exploração ilegal de madeirame região que inclui os municípios de Dom Eliseu, Ulianópolis, Rondon do Pará e Paragominas. O Ibama já aplicou R$ 44 milhões em multas e embargou 7.000 hectares de florestas desmatadas irregularmente nesses municípios.
Taise Roberto/Divulgação/Ibama | ||
Cenas da confusão envolvendo fiscais do Ibama e madeireiros insatisfeitos com ações de fiscalização em Dom Eliseu (PA) |
OUTRO CASO
O outro incidente, desta vez em Nova Esperança do Piriá, na região de Paragominas, também ocorreu no sábado (1º). Fiscais do Ibama e um índio foram atacados a tiros no momento em que os agentes federais iniciavam ação de retirada de uma carga de madeira apreendida no ano passado e que havia sido extraída irregularmente da Terra Indígena Alto Rio Guamá.
Um cacique tembé desapareceu após o ataque. A Funai informou nesta segunda-feira (3) que um helicóptero será usado nas buscas. A aeronave partiu nesta segunda de Belém, com um coordenador da Funai e três agentes da Polícia Federal.
Segundo o Ibama, dois fiscais e o cacique Valdeci Tembé, que guiava a operação, foram surpreendidos por um grupo de 150 homens armados. "Os madeireiros, que usavam droga e bebiam cachaça durante o ataque, diziam que 'queriam o índio'", informou o Ibama em nota.
O instituto disse que os três foram mantidos reféns até 1h de domingo (2), quando uma equipe do Ibama chegou ao local. O cacique depois teria fugido para a mata.
"O Ibama manterá sua presença na região e promoverá ações ainda mais duras para combater essas práticas criminosas", disse o chefe da fiscalização no Pará, Paulo Maués.
Taise Roberto/Divulgação/Ibama | ||
Cenas da confusão envolvendo fiscais do Ibama e madeireiros insatisfeitos com ações de fiscalização em Dom Eliseu (PA) |
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