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10/12/2012 - 22h20

Retirada de posseiros de terra indígena em MT é marcada por confronto

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DANIEL CARVALHO
DE SÃO PAULO

Posseiros e policiais entraram em confronto nesta segunda-feira (10) no primeiro dia da ação de retirada das famílias que ocupam a terra indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso.

A desocupação da área, determinada pela Justiça Federal, está sendo cumprida pelas Polícias Federal e Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança Pública.

Famílias protestam contra despejo de terra indígena em Mato Grosso

Reprodução/Youtube - tvaraguaia
Reprodução de vídeo mostra confronto entre produtores rurais e força nacional
Reprodução de vídeo mostra confronto com força nacional

Em uma das propriedades, um agricultor tentou desarmar um soldado da Força Nacional.

Moradores de Posto da Mata, distrito de Alto Boa Vista, relataram à Folha que policiais dispararam balas de borracha e usaram bombas de efeito moral contra posseiros que resistiram.
A Polícia Rodoviária Federal confirmou que houve feridos, mas não soube informar quantos.

O governo federal não divulgou um balanço do primeiro dia da operação, que deve seguir até o dia 17.

Segundo o IBGE, 2.427 pessoas vivem em Marãiwatsédé. A associação local de produtores rurais diz que são 7.000 moradores.

Em outra ação de resistência, houve bloqueio do entroncamento das rodovias BR-158 e MT-242, iniciado há cinco dias. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, houve troca de ameaças entre manifestantes e os cerca de 40 caminhoneiros retidos.

Jarder Patricio Arruda/Folha do Estado
Produtores fazem enterro simbólico em protesto contra despejo em área indígena em Mato Grosso
Produtores fazem enterro simbólico em protesto contra despejo em área indígena em Mato Grosso

A PRF disse que posseiros ameaçaram atear fogo nos caminhões, alguns carregados com animais. Os caminhoneiros teriam revidado com ameaças de morte. Duas posseiras ouvidas pela reportagem negaram a troca de ameaças.

A previsão da Secretaria-Geral da Presidência da República era que os oficiais de Justiça executassem hoje o desalojamento nas maiores propriedades instaladas nos 165 mil hectares da terra indígena, que se estende pelos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia.

Os índios xavantes foram retirados de sua terra na década de 1960 pelo governo militar e os posseiros começaram a chegar em 1992.

Até o final da semana passada, apenas 150 pessoas haviam procurado o posto do Incra instalado na área para tentar reassentamento. Os posseiros ouvidos pela Folha dizem que a maioria das famílias não saiu da terra indígena no prazo de 30 dias estabelecido pela Justiça, que se encerrou na quinta-feira.

"É uma injustiça muito grande. Não sei o que vou fazer. Não sei para onde vou. Queremos que Deus olhe para a gente", disse Arnaldo Cunha de Freitas, 57, que é dono de uma lanchonete em Posto da Mata.

 

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