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Decisão sobre área indígena leva ruralistas às estradas em MT
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DANIEL CARVALHO
JUCA VARELLA
ENVIADOS ESPECIAIS A MATO GROSSO
Sindicatos rurais do nordeste de Mato Grosso se uniram aos posseiros que desde o início da semana estão sendo expulsos por ordem judicial da área indígena xavante Marãiwatsédé.
Embora não sejam afetados pela retirada, os ruralistas engrossam a resistência em bloqueios promovidos desde a semana passada em vários trechos da BR-158, que liga o Estado ao Pará.
Os deslocamentos pela região, já difíceis, ficaram quase impraticáveis.
Em Posto da Mata, distrito de Alto Boa Vista (MT) que é o principal foco de tensão, o bloqueio começou no último dia 5 e desde então teve poucas horas de tráfego liberado.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) confirmou ontem outros atos em Alto Boa Vista e em Barra do Garças.
A Folha presenciou ao menos mais dois bloqueios: um em Vila Rica, divisa com o Pará, e outro em Confresa, município seguinte, rumo ao sul.
Em Vila Rica, uma carreta foi atravessada na pista às 12h (13h pelo horário de Brasília). Um conselheiro do sindicato rural local, que não se identificou, exigiu identificação da equipe da Folha --disse que desconfiava de militantes sociais infiltrados.
"Gente de ONG a gente quebra", afirmou, até ser acalmado por colegas.
Juca Varella/Folhapress | ||
Grupo tenta atravessar à pé o bloqueio na entrada da cidade de Confresa (MT) |
Os manifestantes se instalaram sob toldos com faixas de protesto: "Dilma Rousseff, o povo do Araguaia merece mais respeito". Promoviam churrascos para acalmar os motoristas retidos.
O caminhoneiro José Sousa França, 31, que deixara o Piauí rumo a Canarana (MT), ficou parado com a carreta vazia. Disse concordar com a manifestação. "O governo está fazendo com eles uma injustiça muito grande", disse, antes de descer do veículo para comer com os ruralistas.
Fiéis da Assembleia de Deus que vinham do sul do Pará para um encontro da igreja desceram no bloqueio e foram a pé, com bagagens, até o hotel. Um fazendeiro que transportava adubo convocou peões para carregar dez sacos de 50 quilos cada até outro carro.
Seguindo mais 85 km, a reportagem encontrou outro bloqueio, perto de Confresa. No local, produtores diziam temer que suas terras também sejam declaradas área indígena. "Pode acontecer aqui", disse Nerci Wagner.
Para escapar do bloqueio e seguir rumo a Posto da Mata, a Folha precisou pegar um desvio de 30 km por estrada de terra.
HISTÓRICO
Os xavantes foram retirados de suas terras na década de 1960 pelo governo militar. Índios e posseiros enfrentam-se na Justiça desde 1995. A área foi homologada como terra indígena em 1998.
Cerca de 2.400 não índios vivem na terra dos xavantes, e a Justiça Federal determinou que eles deixem a área até o próximo dia 17. Na segunda houve confronto entre posseiros e forças policiais.
Não havia agentes da Polícia Rodoviária Federal nos bloqueios por onde a reportagem passou ontem. O chefe de Operações da PRF em Mato Grosso, Fabiano Jandrei, disse ter efetivo reduzido e que não colocaria homens em risco para interromper os atos.
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