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29/12/2012 - 05h00

Suspeito de fraude acusa presidente da agência de águas

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JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO

Acusado de ser um dos lideres de um esquema de venda de pareceres no governo federal, o ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) Paulo Vieira enviou no dia 20 ofício à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, com acusações contra o atual presidente da agência.

Preso na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, Vieira acusa o chefe da Ana, Vicente Andreu Guillo, de uma série de infrações administrativas, como o uso irregular de jatos da FAB. Ele não apresentou provas.

No ofício, de três páginas, Vieira cita primeiro as críticas que recebeu de Guillo em sessão do Senado, no dia 6 deste mês. Guillo disse que o ex-diretor é pessoa "complexa e ambiciosa" que usou o cargo "para delinquir".

O ex-diretor da ANA estaria disposto a fazer acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal sobre supostos crimes apontados pela PF, o que lhe daria benefícios como redução da pena, caso condenado.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Vieira já havia acusado a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, de beneficiar um grupo empresarial suspeito de participar do esquema. A ministra nega.

ACUSAÇÕES

No ofício à Casa Civil, o ex-diretor da ANA atribui a Guillo infrações como o uso irregular de jatos da FAB para viajar a Campinas (SP), o pagamento de salários mais altos que o permitido a um assessor e o repasse de dinheiro para órgãos privados sem licitação.

Também afirma que Guillo não se desligou da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), uma empresa privada, antes de assumir a presidência da ANA.

Segundo a CPFL, Guillo, que entrou na ANA em janeiro de 2010, ficou até setembro daquele ano "cedido sem vencimentos".

Em outro item do ofício, Vieira afirma que o presidente da ANA continua no conselho de uma empresa da Petrobras, a Termobahia, o que seria irregular.

Segundo a empresa, ele deixou o posto em 28 de maio de 2010.

Em entrevista, Guillo afirmou que Vieira o considera "seu inimigo" porque foi barrado em suas planos na ANA. "Aqui na agência ele não conseguiu os mesmos procedimentos irregulares que em outros órgãos."

O presidente da ANA afirmou que vai primeiro se defender na Controladoria-Geral da União e no ministério. "Depois, vou rebater essas acusações pessoais não a ele, mas pela imprensa."

Em sua fala no Senado, Guillo, que é do PT, afirmou ser amigo do ex-ministro José Dirceu há muito tempo, mas disse aos congressistas que o ex-ministro não conhecia Vieira.

O ex-diretor da ANA chegou ao cargo por indicação de Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo.

Também indiciada pelo Ministério Público sob acusação de participar do esquema, ela é amiga de Dirceu.

A assessoria da ministra Gleisi não comentou as acusações contra Guillo. Informou somente que o ofício foi enviado à CGU e ao Ministério do Meio Ambiente, ao qual a ANA é ligada.

 

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