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09/03/2013 - 03h30

Senador tucano é processado por dar calote

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AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM

O líder da oposição no Senado, Mário Couto (PSDB-PA), está sendo processado na Justiça do Pará por ter passado três cheques sem fundo para adquirir uma lancha usada, no valor de R$ 80 mil.

Segundo o vendedor --um médico de Belém que diz ter comprado a embarcação em junho de 2011 no Rio--, a transação foi acertada com o senador no fim do mesmo ano.

Ambos gostam de pescar e se conheceram em Salinópolis (PA) por meio de amigos em comum. Segundo Albedy Bastos, vendedor da lancha, em meados de 2011 o senador lhe pediu a embarcação emprestada sob o argumento de que gostaria de comprá-la.

Couto continuou a usá-la outras vezes antes de efetuar a transação: "Até que liguei para o caseiro dele e mandei perguntar se ele ia comprar a lancha. Respondeu que sim".

Lula Marques - 24.ago.2011/Folhapress
Líder da oposição no Senado, Mário Couto (PSDB-PA), durante sessão no Senado
Líder da oposição no Senado, Mário Couto (PSDB-PA), durante sessão no Senado

Os cheques de Couto foram datados para março, abril e maio de 2012. "Chegou a data e fui checar meu extrato de conta. Nada. O cheque foi devolvido por insuficiência de saldo", declarou Bastos.

De acordo com outro processo a que Couto responde na Justiça, a conta do cheque é a mesma na qual ele recebe seu salário de parlamentar.

Bastos afirma que tentou contato com o senador e somente conseguiu falar com a esposa dele, que teria lhe garantido que o filho de Couto faria o pagamento em dinheiro do valor do primeiro cheque recusado. "Estou esperando até hoje", disse Bastos. Os outros dois cheques também estavam sem fundos.

A ação pedindo a cobrança dos R$ 80 mil foi ajuizada em julho de 2012. Segundo a tramitação processual, a Justiça não localizou Couto.

Além desse caso, Couto é réu em duas ações na Justiça do Pará sob a acusação de envolvimento em supostos esquemas de desvios de recursos quando presidia a Assembleia Legislativa do Estado (2003-2007). O senador diz que não sabia dos problemas. Na década de 1980, como já revelou a Folha, Couto atuava no jogo do bicho.

OUTRO LADO

O senador Mário Couto (PSDB-PA) disse via assessoria que a compra da lancha envolveu um "acordo verbal" pelo qual a transação só seria efetuada se a embarcação estivesse em perfeito estado.

"Nós combinamos amigavelmente que em caso de a lancha ter problemas os cheques seriam devolvidos. E tive sérios problemas com a lancha, que virou em três ocasiões", diz Couto. Ele alega que correu risco de morte.

Couto diz ter avisado o médico do problema e dito que devolveria a lancha. "Meu grande erro foi não ter feito isso logo. Mas como eu faria? Colocaria a lancha na minha cabeça e levaria até ele?"

Ele diz que comprou "gato por lebre" e acusa o vendedor de agir com "má-fé". O médico nega ter sido procurado por Couto para relatar problemas ou devolver a lancha.

 

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