Governo paulista gasta R$ 609 mi com cartões em 10 anos
Desde 2001, o governo de São Paulo gastou R$ 609 milhões com cartões de compras, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. O valor é 70% maior que o registrado pelo governo federal no período --R$ 357,6 milhões.
Apesar disso, no ano passado, o governo paulista fechou a conta em R$ 32,8 milhões, menor valor desde 2002, enquanto esse tipo gasto tem aumentado todo ano no governo federal.
Dos 25 órgãos estaduais que fizeram uso do cartão de pagamentos no ano passado, 23 registraram redução de gastos na comparação com 2009.
Apenas a Assembleia Legislativa, que passou de R$ 129,5 mil para R$ 144,2 mil, e a Secretaria de Esporte, com acréscimo de 170%, registraram aumento.
No ano passado, quem liderou o ranking foi a Secretária de Saúde, que desembolsou o total de R$ 12,3 milhões, de acordo com a ONG. O valor é quase três vezes o que o Ministério da Saúde e unidades vinculadas utilizaram com o cartão corporativo do governo federal no mesmo ano.
Em segundo lugar aparece a Secretaria de Segurança Pública, com quase R$ 10 milhões desembolsados.
A regulamentação estadual prevê 39 tipos diferentes de classificação de despesas. Nos últimos dois anos, no entanto, 25% das despesas se concentraram em apenas duas rubricas: "outros materiais de consumo" e "despesas miúdas e de pronto pagamento".
A partir de 2008, as despesas com o cartão despencaram. No início daquele ano, o então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), determinou a suspensão dos saques com os cartões.
Atualmente existem 4.454 cartões distribuídos pelo governo paulista, quantidade que representa apenas 10% da quantidade registrada em 2007.
A Secretaria da Fazenda lembra que os cartões do governo paulista não são corporativos, mas de compras. No primeiro caso, não há limite de crédito, enquanto no segundo, só se pode gastar até R$ 8.000. O cartão federal também é usado pelo alto escalão, já o estadual é emitido em nome de um órgão.
Segundo a secretaria, também não é possível comparar a natureza dos gastos feito pelo governo federal e pelo estadual.
A Contas Abertas fez o levantamento com base em dados do portal de transparência do governo paulista.
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