Mercadante nega que tenha feito autoplágio em doutorado
O ministro Aloizio Mercadante (Educação) rebateu nesta terça-feira as acusações de que teria feito um autoplágio em sua tese de doutorado, apresentada em 2010. Mercadante também negou que houve irregularidades na sua volta ao doutorado --nove anos após ter trancado a matrícula.
Reportagem da revista "Época" desta semana apontou que a tese apresentada na Unicamp não seria original, pois teria elementos de um livro do próprio Mercadante: "Brasil: a construção retomada".
Além disso, a revista afirma que o atual ministro teve sua matrícula trancada por abandono em 2001 e foi readmitido na instituição a pedido de seu novo orientador --a anterior era a economista Maria da Conceição Tavares.
Mercadante afirma que seu retorno para a Unicamp aconteceu dentro das regras vigentes, pois ele havia abandonado o doutorado para ocupar um cargo público --havia sido reeleito deputado federal e logo em seguida se tornou senador.
"Minhas prerrogativas legais estão asseguradas", disse o ministro. Sobre a troca de orientador, ele justifica que Maria da Conceição Tavares de aposentou.
O ministro afirma que cabe à universidade verificar se há problemas nas teses apresentadas, o que não foi registrado tendo em vista a sua aprovação.
"Na minha banca tinha dois ex-ministros que eu combati quando estava na oposição", disse Mercadante para justificar a qualidade de sua tese. Ele classificou como "críticos e independentes" os ex-ministros Delfim Netto e Luiz Carlos Bresser Pereira.
O ministro afirma que seu livro e a tese "As base do novo desenvolvimentismo no Brasil: análise do governo Lula (2003-2010)" são diferentes, pois "toda a construção teórica está na tese e não no livro".
Ele acrescenta que o livro usou dados de 2009, enquanto o trabalho acadêmico usa informações do ano seguinte. "A antecipação do livro era fundamental para o debate [em torno do tema]", disse o ministro.
O ministro afirma que sua tese é inovadora pois identifica no governo Lula um novo conceito, que rompe com o antigo nacional desenvolvimentismo --em vigência entre as décadas de 1940 e 1960-- e com o modelo dos anos 1990, que ficou conhecido como o Consenso de Washington.
"A originalidade da minha tese é o conceito do novo desenvolvimentismo", afirma. O ministro defende que o novo modelo incorporou o rigor fiscal e de câmbio, mas por outro lado preservou a ação do Estado para o desenvolvimento e distribuição de renda.
"Rompe com a ideia de que o estado mínimo é eficiência. A própria crise explica isso", completa.
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