Aécio faz coro com Campos contra 'casuísmo' do governo
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez coro nesta sexta-feira (19) com o governador Eduardo Campos (PSB-PE) ao chamar de "casuística" a ação do governo no Congresso para dificultar a ação de novos partidos.
Aécio e Campos são pré-candidatos à Presidência da República. O mineiro é opositor do governo, e o pernambucano, embora ainda esteja na base de apoio da presidente Dilma Rousseff, procura cada vez mais se desgarrar dela.
Senador Aécio Neves cobra unidade ao PSDB mineiro
FHC tenta convencer Serra a não abandonar o PSDB
Projeto aprovado na Câmara dos Deputados nesta semana sob pressão do Planalto restringe o acesso de novos partidos ao fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. A proposta seguiu para o Senado.
"O governo deu uma demonstração de grande receio com o processo eleitoral. Poucas vezes se viu o governo agir de forma tão casuística, tão dura no processo legislativo", disse Aécio, referindo-se ao que chamou de "ação truculenta" do Planalto na votação.
Anteontem, Campos havia expressado a mesma opinião. "É um casuísmo lamentável", disse.
Aécio defende que as novas siglas sejam favorecidas com tempo de TV e recursos do fundo partidário tal como ocorreu com o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab (SP), criado "sob o guarda-chuva e estimulado pelo governo".
O tucano vai defender também no Congresso o direito da Rede Sustentabilidade, partido que a também pré-candidata a presidente, Marina Silva, tenta criar. Nos próximos dias eles devem conversar.
Outro novo partido, a MD, resultado da fusão do PPS com o PMN, tende a se distanciar do PSDB. O deputado Roberto Freire, que deve presidir a nova sigla, já disse que a legenda pode apoiar Campos.
Aécio diz não se considerar prejudicado, primeiro por considerar que essa questão só se decidirá mais adiante. E também por considerar que quanto mais a oposição se fortalecer, mais ele se sentirá "fortalecido".
Nesse sentido, ele disse estar estimular Campos. "O Eduardo busca a sua candidatura, e eu o estimulo a construi-la", disse.
SERRA
Além de querer se aliar a Campos, a direção da MD quer ter nos seus quadros o ex-governador José Serra (PSDB-SP), desafeto de Aécio.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tenta convencer Serra a ficar no PSDB, embora ele tenha negado, após encontro com Aécio em BH nesta sexta-feira, que esteja atuando neste sentido. "O Serra tem idealismo político suficiente para sentir o momento", afirmou.
FHC disse, contudo, que "talvez não tenha ninguém melhor preparado" do que Serra para presidir o país, mas que isso apenas não basta. "A questão eleitoral é um pouco diferente disso, ele tem que dar tempo ao tempo."
Aécio voltou a fazer elogios a Serra e afirmou que ele hoje é "uma figura extremamente importante para as oposições". Ele disse que o ex-governador vai tomar a sua decisão, mas que espera que ele permaneça no PSDB.
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