Comissão de Ética decide advertir ministro por uso irregular de avião da FAB
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu nesta segunda-feira (26) advertir o ministro Garibaldi Alves (Previdência) pelo uso de avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para assistir no Rio de Janeiro à final da Copa das Confederações no Maracanã.
Conforme noticiou a Folha, o ministro saiu de Brasília na sexta-feira às 6h com destino a Fortaleza para cumprir agenda oficial na cidade de Nova Morada (CE). O compromisso acabou pela manhã, e, em vez de retornar à capital, o ministro foi direto para o Rio, onde não tinha compromissos oficiais.
Segundo o presidente da comissão, Américo Lacombe, o caso não foi "muito grave" nem houve "agressão ao patrimônio". Ele reconhece que, na prática, "não significa nada".
"O Garibaldi foi advertido pelo uso do avião para ir para o Rio, mas não houve recomendação de demissão coisa nenhuma porque não foi também uma coisa assim muito grave. Mas foi advertido para não fazer mais, levou um puxão de orelha", disse Lacombe. "Não houve agressão ao patrimônio público, nada disso. Simplesmente uma imprudência, né, acho que foi advertido", completou.
Alves usou um avião da FAB em um fim de semana para ir ao Rio de Janeiro assistir à final da Copa das Confederações no Maracanã e deu carona para um amigo. Segundo nota oficial divulgada, ele tinha passagem comprada para ir ao Rio em avião comercial. O documento também afirma que o ministro voltou a Brasília em voo comercial.
No entanto, segundo a nota, ele decidiu mudar o itinerário e avisou a mudança ao Comando da Aeronáutica: "Ao final da cerimônia oficial no Ceará, em vez de retornar a Brasília, ou mesmo a Natal, como lhe facultava o art. 4º do Decreto n.º 4.244/2002, a aeronave da FAB o levou diretamente ao Rio de Janeiro."
Após o ocorrido, o ministro comunicou que devolveria o dinheiro aos cofres públicos.
ANS
O colegiado também decidiu nesta segunda-feira pedir mais explicações ao diretor da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) Elano Figueiredo, acusado de ter omitido em seu currículo que já advogou a favor de planos de saúde.
Segundo Lacombe, Figueiredo foi pessoalmente à Comissão de Ética prestar esclarecimentos na semana passada, mas, diante de uma nova representação contra ele, foi concedido novo prazo, de dez dias, para que o diretor faça nova defesa.
A comissão investiga a conduta de Figueiredo desde o início do mês, quando a Casa Civil requisitou verificar se há conflito de interesses que suscite afastamento de seu cargo. O novo requerimento foi anexado ao já existente.
A Comissão de Ética Pública da Presidência se reúne novamente em 16 de setembro.
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