Cassado e condenado, Jefferson diz que caso Donadon vai alimentar manifestações
De passagem pelo Senado, o presidente licenciado do PTB e condenado a sete anos de prisão no processo do mensalão, Roberto Jefferson, disse que a decisão da Câmara ao manter o mandato do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO) vai inflamar as manifestações de rua previstas para o próximo dia 7 de setembro.
Diferentemente de Donadon, Jefferson, delator do mensalão, teve seu mandato cassado em 2005.
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"A maioria da Câmara acertou na decisão [em referência aos 233 votos contra Donadon], mas faltou fôlego na cassação. Essa decisão vai dar fôlego às manifestações de rua no 7 de Setembro", afirmou o ex-deputado.
Jefferson fez ainda uma avaliação sobre o impacto do episódio no caso de seus co-réus no processo do mensalão, os quatro deputados condenados: João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoíno (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
Segundo ele, a decisão tomada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já indica uma neutralização dos efeitos de uma eventual absolvição política desses parlamentares.
Jefferson foi ao Senado se encontrar com o presidente da Casa, Renan Calheiros, para discutir o cenário eleitoral para 2014, e também para participar de sessão de debate sobre reforma política no plenário do Senado.
PRESO
Encarcerado desde o dia 28 de junho após ser condenado pelo Supremo, Natan Donadon não teve o seu mandato de deputado federal cassado na noite desta quarta-feira (28).
O resultado representa uma afronta ao STF e um prenúncio da resistência que a Casa deverá ter em cassar o mandato dos quatro deputados condenados no processo do mensalão.
Na votação, que é secreta, o plenário da Câmara registrou apenas 233 votos pela cassação (24 a menos do que o mínimo necessário), contra 131 pela absolvição e 41 abstenções.
A ausência de 108 deputados no dia que tradicionalmente há o maior quórum na Câmara também beneficiou Donadon. Presente no plenário, o deputado reagiu com um grito de "não acredito!"
Apesar disso, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), determinou o afastamento de Donadon, pelo fato de ele estar preso, e a convocação do suplente, o ex-ministro Amir Lando (PMDB-RO), para assumir o mandato.
Condenado a mais de 13 anos de prisão pela mais alta corte do país pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia de Rondônia por meio de contratos de publicidade fraudulentos, Donadon foi expulso do PMDB e estava isolado politicamente.
Mesmo assim, vários fatores contribuíram para a reviravolta: insatisfação de deputados com o STF, corporativismo, apoio de da bancada religiosa --Donadon é evangélico-- e de parlamentares da ala governista que não querem que os deputados condenados no processo do mensalão percam seus mandatos.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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