Deputado que pediu censura de jornais em Pernambuco volta atrás
Pressionado desde o início da semana, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchoa (PDT), recuou e anunciou nesta quarta-feira (4) a retirada da ação que impedia dois jornais e uma TV de citarem seu nome.
TV Clube, "Diario de Pernambuco" e "Jornal do Commercio" foram impedidos no sábado passado (31) pelo juiz plantonista Sebastião de Siqueira Sousa de mencionar Uchoa em reportagens sobre suposto tráfico de influência envolvendo sua filha, a advogada Giovana Uchoa.
Presidente da Assembleia aciona Justiça para censurar jornais em PE
O deputado ocupa a presidência da Casa há mais de seis anos, com apoio do governador Eduardo Campos (PSB), e é conhecido por dizer a jornalistas que não se preocupa com a repercussão de reportagens negativas porque "menos de 1% dos seus eleitores lê jornal".
O magistrado que censurou os jornais havia entendido que não existiam provas da participação direta do deputado no suposto tráfico de influência.
"Tratando-se de homem público, detentor de cargo importante no poder Legislativo estadual, não há dúvida que tal imputação de tráfico de influência causa-lhe dano irreparável à imagem", escreveu na ação.
Entidades como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Sinjope (Sindicado dos Jornalistas de Pernambuco), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) repudiaram a ação, que foi divulgada em todo o país.
Nesta quarta-feira, em discurso na tribuna, Uchoa disse que seus advogados agiram à revelia para preservar sua família. "Não quis ofender os órgãos de imprensa ou censurá-los", afirmou.
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