PM reprime protesto no Recife; há pelo menos dez presos
A Polícia Militar entrou em confronto com manifestantes na tarde deste sábado, no Recife. Ao menos 12 pessoas foram detidas, incluindo dois adolescentes. No início da noite, nove haviam sido liberadas.
Um grupo de manifestantes sentou na rua em frente à delegacia de Santo Amaro pouco antes das 18h. Policiais armados e com escudos se posicionaram em frente ao prédio, pedindo a liberação de nove detidos.
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Segundo a defesa do estudante, ele foi imobilizado e recebeu jatos de spray de pimenta nos olhos.
Manifestantes de grupos como Anonymous, Black Block e Black Face começaram a se reunir às 14h, na praça do Derby, região central do Recife. A manifestação foi convocada pelo coletivo nacional Operação 7 de Setembro.
Daniel Carvalho/Folhapress | ||
Grupo chega à delegacia para protestar contra a prisão de manifestantes; policiais estavam com escudos e armas |
Por volta das 16h, quando o ato começaria, a PM abordou um manifestante que se recusou a tirar a máscara, reagiu e foi imobilizado.
Manifestantes e jornalistas que se aproximaram foram afastados com jatos de spray de pimenta.
Quando os ativistas entraram na avenida Agamenon Magalhães, a PM atirou balas de borracha e bombas de efeito moral, dispersando o movimento.
Segundo um coordenador do protesto que se identificou apenas como Doug, um adolescente de 17 anos levou um murro de policiais, que, em seguida, lançaram spray de pimenta na boca do jovem.
A reportagem presenciou um policial jogando spray nos olhos de um manifestante.
O promotor Quintino Geraldo Diniz de Melo disse que teve uma arma apontada para ele e se queixou ao procurador-geral, Aguinaldo Fenelon.
De acordo com Wilson Damázio, secretário estadual de Defesa Social, não houve abuso da polícia. "Foi uma atenção normal a um movimento que queria quebrar tudo. Há câmeras em todo o percurso da manifestação e a Corregedoria da polícia acompanhou a operação", disse.
Os manifestantes tinham pautas locais e nacionais como a prisão imediata dos mensaleiros, fim do voto obrigatório, redução do número de deputados e reforma tributária.
Houve críticas à presidente Dilma Rousseff (PT), mas o principal alvo dos manifestantes foi o governador Eduardo Campos (PSB-PE), chamado diversas vezes de "ditador" e "fascista".
"Não participo desse governo fascista. Estou me referindo ao senhor Eduardo Campos. Estamos com a saúde sucateada. A educação, nem se fala", afirmou uma mulher que se identificou apenas como Marilene e disse que era servidora estadual.
Pelo menos uma agência do Banco do Brasil, na avenida Agamenon Magalhães, região central do Recife, foi depredada na tarde de hoje. Duas portas de vidro foram quebradas.
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