Professores acampam em frente à residência oficial do governador de Minas
Professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais estão acampados há 11 dias em frente ao Palácio das Mangabeiras, a residência oficial do governador Antonio Anastasia (PSDB). É uma espécie de "Occupy Mangabeiras", um movimento com forma nova, mas pauta antiga.
Cerca de 25 professores são mantidos permanentemente no acampamento pelo Sind-UTE, o sindicato dos trabalhadores em educação. O revezamento inclui até pessoas que chegam do interior, especialmente nos fins de semana.
O acampamento é tranquilo. Não houve nenhum tipo de impedimento por parte da polícia. A guarda do palácio acompanha tudo à distância, da guarita de segurança.
Coordenadora do Sind-UTE e presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira disse que a categoria optou por não partir para uma nova greve, como a realizada em 2011. Ela reconhece que uma outra paralisação não é adequada agora, mas que as reivindicações precisam ser postas.
Paulo Peixoto/Folhapress | ||
Professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais acampam em frente à residência oficial do governador Anastasia, em BH |
A greve anterior durou 112 dias e foi desgastante para os dois lados da negociação. Foi a maior já realizada no Estado pela categoria.
Os professores, contudo, dizem que a questão do piso continua sem solução. Eles cobram do Executivo a aplicação do piso nacional da educação de 40 horas semanais, enquanto o governo alega que paga valor até maior do que o piso nacional, proporcional para 24 horas.
A polêmica persiste. O governo criou o que chama de subsídio, que reuniu em um só valor o piso e os benefícios. Os professores alegam que isso acabou com a carreira e as conquistas e que "piso não é subsídio". O governo diz pagar "47,4% a mais do que o piso do MEC'.
O cumprimento da aplicação constitucional de 25% das receitas na educação é outra cobrança dos professores. O governo diz que cumpre. A área técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE) diz que não. Ocorre que o próprio órgão fez um acordo de gestão com o Executivo e aceitará as argumentações do governo mineiro até 2014.
"O governo de Minas reconhece e defende o direito à livre manifestação, mas não vê motivos para os protestos realizados por militantes do Sind-UTE em frente ao Palácio das Mangabeiras", informou o governo em nota.
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